Pontos principais do artigo:
- O empreendedorismo cooperativo é uma alternativa acessível para quem quer vender online sem começar do zero e com menos riscos;
- Cooperar é empreender em grupo, dividindo tarefas, decisões e lucros com mais equilíbrio;
- Quer tirar sua ideia do papel? Assista à aula gratuita Ecommerce do Zero e comece com o pé direito! 💻
Empreender nem sempre é um caminho fácil, principalmente quando se está começando e os recursos são limitados.
Mas e se, em vez de seguir sozinho, você pudesse unir forças com outras pessoas, dividir as responsabilidades e crescer junto?
É exatamente essa a ideia do empreendedorismo cooperativo: um modelo que valoriza a colaboração, a tomada de decisões compartilhada e a divisão dos resultados.
Para você ter uma ideia, o Brasil alcançou 23,45 milhões de cooperados em 2024, o que representa 11,55% da população e um aumento de 14,5% (Anuário do Cooperativismo Brasileiro).
Neste artigo, vamos entender como o empreendedorismo cooperado funciona, quais são suas vantagens, desafios e exemplos reais que mostram como pequenos grupos podem se destacar no mercado.
Vamos lá?
Índice:
O que é empreendedorismo cooperativo?
Empreendedorismo cooperativo é quando um grupo de pessoas se une para tocar um negócio em conjunto, dividindo responsabilidades, decisões e resultados.
Basicamente, a ideia é: em vez de competir, as pessoas cooperam para crescer juntas. Cada indivíduo contribui com seus conhecimentos, habilidades ou recursos.
A prática é muito comum em cooperativas, em que os membros são donos e, ao mesmo tempo, participantes ativos do negócio.
Mas também pode aparecer em coletivos informais, associações e até mesmo grupos de empreendedores digitais que compartilham plataformas, logística ou produção.
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Quando surgiu o empreendedorismo cooperativo?
O empreendedorismo cooperativo surgiu como uma resposta direta às mudanças provocadas pela Revolução Industrial, entre os séculos XVIII e XIX.
Nessa época, o crescimento das fábricas e a concentração de poder nas mãos de grandes industriais geraram um cenário de desigualdade social, com jornadas de trabalho exaustivas, baixos salários e pouca proteção para os trabalhadores.
Foi nesse contexto que começaram a surgir as primeiras iniciativas de organização coletiva, como uma alternativa mais justa de geração de renda e acesso a bens de consumo.
Um dos exemplos mais conhecidos é o dos tecelões de Rochdale, na Inglaterra. Em 1844, eles decidiram fundar uma cooperativa para vender alimentos a preços acessíveis e dividir igualmente os lucros entre os membros.
Cada um contribuiu com um pequeno valor e todos passaram a tomar as decisões juntos.
Esse modelo pioneiro deu origem ao que conhecemos hoje como cooperativismo moderno.
E serviu de base para o desenvolvimento do empreendedorismo cooperativo em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil.
Como funciona o empreendedorismo coletivo?
Na prática, funciona assim: um grupo de pessoas decide abrir um negócio em conjunto.
Todos têm voz nas decisões, os lucros são divididos proporcionalmente (ou conforme o combinado) e os desafios também são enfrentados em grupo.
Imagine um grupo de artesãos que se junta para vender pela internet.
Em vez de cada um criar uma loja virtual separada, eles podem montar uma loja coletiva, dividir os custos com marketing, logística e até atendimento ao cliente.
Dessa forma, eles conseguem reduzir gastos, alcançar mais pessoas e fortalecer a marca como um todo.
Qual a diferença para o empreendedorismo ‘normal’?
Em termos simples, a principal diferença está no modo de pensar o negócio.
Vamos explicar…
No empreendedorismo tradicional, uma pessoa (ou um pequeno grupo) assume a liderança, toma decisões sozinho e arca com todos os riscos e benefícios.
Já no empreendedorismo cooperativo, o foco é a construção coletiva: todo mundo decide, todo mundo trabalha e todo mundo ganha.
Um exemplo simples pode ser uma loja online de cosméticos.
No modelo tradicional, uma única pessoa decide o catálogo de produtos, negocia com fornecedores, cuida das vendas e do marketing.
No cooperativo, por sua vez, uma pessoa foca na curadoria dos produtos, outra gerencia os pedidos e os fornecedores, uma terceira cuida das redes sociais e ações de marketing, enquanto outra se dedica ao atendimento ao cliente.
Viu como o cenário muda?
Não à toa, outra diferença importante está nos valores: enquanto o modelo tradicional costuma ser mais competitivo, o cooperativo é colaborativo.
E isso pode influenciar bastante o dia a dia do negócio, desde a relação com fornecedores até o atendimento ao cliente.
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Quais as características do empreendedor cooperado?
Empreender em grupo exige mais do que saber vender ou administrar um negócio online.
O perfil do empreendedor cooperado está muito ligado ao comportamento e à forma como ele se relaciona com os outros membros da equipe.
Algumas características básicas (porém, importantes) são:
- Saber ouvir: estar aberto a escutar ideias, opiniões e críticas construtivas;
- Ter abertura para aceitar novas ideias: flexibilidade para mudar de rota quando necessário e adaptar estratégias de forma coletiva;
- Boa habilidade de comunicação: falar com clareza e, principalmente, manter o diálogo constante e respeitoso;
- Capacidade de extrair o melhor das pessoas: incentivar talentos, respeitar os limites e valorizar o que cada um tem de melhor;
- Altruísmo e empatia: pensar no bem do grupo e não só no ganho individual;
- Espírito colaborativo: gostar de trabalhar em grupo e entender que os resultados vêm da soma de esforços;
- Comprometimento com o coletivo: ter responsabilidade com prazos, entregas e decisões, sabendo que tudo impacta o grupo.
Vantagens do empreendedorismo cooperativo
De fato, empreender em grupo tem seus desafios, mas também traz uma série de vantagens para os empresários de Ecommerce.
Na prática, elas podem fazer diferença para quem está começando com poucos recursos ou busca construir um negócio com mais propósito.
Veja só:
Distribuição justa dos lucros
Ao contrário de muitos modelos tradicionais, nos quais os lucros se concentram nas mãos de poucos, no empreendedorismo cooperativo os ganhos são divididos de forma mais equilibrada.
Essa prática é boa porque incentiva o engajamento dos empresários envolvidos no negócio, já que todos sabem que serão recompensados pelo esforço coletivo.
É uma lógica que valoriza o trabalho como parte vital do sucesso. Interessante, não acha?
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Participação democrática
Aqui, ninguém decide sozinho. As decisões são tomadas em conjunto, o que estimula a escuta ativa, o senso de pertencimento e a responsabilidade compartilhada.
Não significa que tudo será perfeito ou fácil, mas sim que todos têm voz – e isso ajuda a criar um ambiente mais transparente e confiável.
Envolvimento comunitário e responsabilidade social
Diversos empreendimentos cooperativos nascem com uma preocupação que vai além do lucro: melhorar a vida das pessoas ao redor.
Um grupo de produtores rurais, por exemplo, pode formar uma cooperativa para valorizar o comércio local e fortalecer a economia da região.
Esse tipo de negócio costuma criar vínculos mais fortes com a comunidade, resultando em fidelização e apoio a longo prazo.
Desafios do empreendedorismo cooperativo
Obviamente, nem tudo é simples. Empreender coletivamente exige cuidado em várias frentes.
Conhecer os principais desafios certamente vai te ajudar a se preparar melhor para enfrentá-los.
Vamos mostrá-los a seguir:
Captação de capital
Como os negócios cooperativos normalmente não concentram poder ou dependência de grandes investidores, pode ser um pouco mais difícil conseguir recursos logo no início.
Mas isso não é uma regra – nem significa que um empreendimento colaborativo inicial não consegue apoio financeiro.
Em muitos casos, os negócios contam com contribuições dos próprios membros, parcerias locais ou linhas de crédito específicas, como as oferecidas por cooperativas de crédito.
Ou seja, algo que exige planejamento e, muitas vezes, criatividade para crescer aos poucos.
Gerenciamento de conflitos
Divergências são normais em qualquer grupo.
Em negócios cooperativos, onde as decisões são compartilhadas, é fundamental saber gerenciar essas diferenças com diálogo e respeito.
Ter regras claras e acordos bem definidos desde o início ajuda bastante — mas o principal mesmo é cultivar uma cultura de escuta e negociação constante.
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Escala e crescimento
Como dito anteriormente, expandir um negócio coletivo pode ser mais lento, já que cada decisão precisa passar por mais gente.
Além disso, manter o espírito cooperativo enquanto o grupo cresce é um desafio: quanto mais pessoas, maior a complexidade na gestão e na manutenção da cultura do grupo.
Por isso, muitos negócios focados em empreendedorismo cooperativo optam por crescer de forma mais orgânica, priorizando a solidez das relações em vez da velocidade.
Passo a passo para empreender de forma cooperativa
Já entendemos que empreender em grupo exige planejamento e cuidado desde o início, certo?
Quando bem estruturado, o empreendedorismo cooperativo pode ser uma forma mais acessível e até mais prazerosa de tocar um negócio.
A seguir, veja um passo a passo para começar com o pé direito:
1. Reúna pessoas com objetivos parecidos
Sejamos claros desde início: a cooperação começa com um bom alinhamento.
Juntar pessoas apenas por conveniência ou oportunidade pode funcionar apenas no curto prazo apenas. Não vale a pena.
Para que um negócio digital tenha sucesso, a base de tudo é o grupo de empreendedores compartilhar valores, visão de futuro e uma vontade real de construir algo em conjunto.
E não se engane:
Isso vale tanto para quem já se conhece quanto para quem está se conectando por interesses em comum, como lojistas do mesmo nicho, por exemplo.
Tenha em mente que vender junto exige confiar, escutar e dividir. 💡
2. Converse abertamente sobre expectativas
Muitas parcerias quebram porque ninguém conversou direito no início.
Antes de sair criando um Instagram ou abrindo uma loja virtual coletiva, é indicado discutir o que cada pessoa espera do negócio.
E mais do que isso: o que elas podem oferecer (tempo, produto, habilidade) e como querem dividir lucros e decisões.
É simplesmente um exercício sobre o futuro. E se alguém quiser sair? E se um produto vender mais que os outros?
Vocês já estarão preparados para lidar com situações adversas. Saiba que quanto mais transparente for esse início, mais firme será a base do grupo.
3. Estabeleça funções e responsabilidades
Mesmo em um modelo cooperativo, as funções precisam estar claras para todos do grupo. Pense em:
Alguém vai cuidar do atendimento? Quem atualiza o cadastro dos produtos na loja virtual? Quem se responsabiliza pelas finanças?
É comum no Ecommerce que um membro entenda mais de redes sociais, enquanto outro tenha experiência com fornecedores ou controle financeiro. Isso é ótimo, inclusive.
Mas organizar esses papéis, mesmo que de forma flexível, evita sobrecarga e garante que o negócio ande.
O foco não é necessariamente todo mundo fazer tudo. Mas cada um fazer bem a sua parte.
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4. Formalize a estrutura
Você não precisa abrir um empreendimento cooperativo oficial logo de cara, mas formalizar o grupo pode abrir as seguintes portas:
- Emissão de notas fiscais;
- Acesso a crédito;
- Contratos com fornecedores e plataformas digitais.
Dependendo do formato, é possível começar como MEI ou Microempresa – ou até manter o grupo informal no início e legalizar depois.
“A escolha depende do momento do seu negócio. Se você ainda está validando o produto e ainda não vende muito, o MEI é o ideal. Agora, se você já tem estoque e está disposto a investir mais, vai para o ME.”
Camilla Magalhães - Especialista em vendas
Caso vá vender online em nome coletivo, vale pensar em como registrar essa loja (quem será o titular, como funcionará a divisão de ganhos, etc.).
Indicamos que procure apoio de um advogado ou contador de confiança para entender o melhor caminho.
5. Organize a parte financeira desde o início
Nada desgasta mais um grupo do que desorganização, principalmente quando ela é financeira.
Você e os outros integrantes do negócio cooperativo devem saber que, ainda que o início seja pequeno, tudo precisa ser registrado.
Vendas, custos, investimentos e distribuição dos lucros. Tudo.
Uma planilha compartilhada no Google Drive pode funcionar, ou mesmo ferramentas simples de gestão online.
Comece com planilha de fluxo de caixa, por exemplo.
O importante é deixar claro como será o repasse para cada empresário, como os custos serão divididos (como plataforma, frete, marketing) e quem fica responsável por esses controles.
6. Use a tecnologia a favor do grupo
A tecnologia é uma aliada poderosa do empreendedorismo cooperativo.
Use grupos no WhatsApp para comunicação, documentos compartilhados para organização interna e, claro, escolhas bons canais para vender online, como:
- Loja virtual (com plataformas para Ecommerce, como a Nuvemshop);
- Marketplaces (como Mercado Livre e Amazon);
- Redes sociais (como Instagram e Facebook).
Também existem ferramentas de gestão colaborativa (como o Trello ou Notion) que ajudam a organizar tarefas, campanhas e metas.
O segredo aqui é não complicar: comece com o que o grupo já sabe usar e vá evoluindo conforme a operação cresce.
7. Comece pequeno, mas com consistência
Muitas iniciativas coletivas começam de forma simples: uma vitrine conjunta no Instagram, um catálogo colaborativo no WhatsApp ou uma loja virtual simples.
O objetivo central é validar o modelo, entender como o grupo funciona na prática e ir ajustando ao longo do caminho.
Depois, dá para investir em uma loja virtual própria, ações de tráfego pago e uma presença online mais estruturada.
Foque em crescer aos poucos, com constância e alinhamento – isso é melhor edo que tentar dar um salto grande demais no início.
Cooperar pode ser uma forma mais simples de empreender?
Na prática, sim – cooperar pode tornar o caminho mais leve, acessível e até menos arriscado.
Empreender sozinho costuma ser solitário e, em muitos casos, pesado. Você precisa dar conta de tudo: produto, atendimento, vendas, financeiro, marketing…
Em um modelo cooperativo, por outro lado, essas tarefas podem ser divididas, assim como os custos e as decisões.
Para quem está começando com poucos recursos, juntar forças com outras pessoas pode ser uma estratégia inteligente.
Um grupo de empreendedores pode dividir a mensalidade da plataforma de Ecommerce, ratear os investimentos em tráfego pago ou ainda se revezar no atendimento ao cliente, por exemplo.
Tudo isso sem que cada um precise carregar a operação inteira nas costas.
Claro, trabalhar em grupo exige mais diálogo e alinhamento constante. Mas quando há organização e confiança, cooperar não só simplifica o início como também abre espaço para crescer de forma mais estruturada.
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Exemplos de empreendedorismo cooperativo
O empreendedorismo cooperativo não fica apenas no papel!
Existem iniciativas reais que mostram como esse modelo pode funcionar no ambiente digital e gerar bons resultados para grupos organizados.
A seguir, dois exemplos que se destacam pela atuação direta no ecommerce:
NaterCoop – o café cooperativo que conquistou o marketplace
A NaterCoop, cooperativa de produtores de café do Espírito Santo, decidiu apostar na venda online para ampliar seu alcance.
Em 2019, lançou sua linha de cafés especiais na Amazon — e o resultado foi surpreendente.
Em pouco tempo, a marca conquistou destaque entre os mais vendidos na categoria, com mais de 10 mil pacotes comercializados.
Justa Trama – moda com cadeia cooperativa integrada
Outro exemplo de empreendedorismo cooperativo é o da Justa Trama, que une cooperativas e comunidades produtoras no setor da moda sustentável.
Desde o cultivo do algodão até a confecção e venda das roupas, ele promove uma cadeia produtiva cooperativa e agroecológica, com foco em justiça social e sustentabilidade.
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Como vimos ao longo deste artigo, o empreendedorismo cooperativo pode ser um caminho interessante para empreender no Ecommerce.
Mas se o seu desejo é estruturar um negócio capaz de gerar bons resultados a longo prazo, indicamos fortemente que você venda online.
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