Pontos principais do artigo:
- O User Product no Mercado Livre é a forma de organizar anúncios em que cada variação do produto pode ter preço, condições de entrega e promoções próprias, reunidas em um só anúncio;
- O User Product permite ajustar preços e ofertas por variação, mas pode gerar bugs e perda de histórico durante a migração;
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Se você anda perdido com esse tal de User Product do Mercado Livre, respira fundo: não é só você.
Essa mudança deixou muita gente confusa – e com razão.
Afinal, por que o Mercado Livre resolveu mexer na estrutura dos anúncios?
O que acontece com aqueles anúncios que já rodam bem há anos?
E, no meio dessa confusão, será que existe algum lado positivo?
É isso que vamos explicar aqui.
Neste artigo, você vai entender o que é o User Product, o que realmente muda para quem já vende no Mercado Livre e como se preparar para não perder espaço.
Temos muito a falar, então vamos lá! 😉
Índice:
O que é o User Product do Mercado Livre?
O User Product do Mercado Livre é a forma de estruturar anúncios em que cada variação do produto pode ter regras de venda próprias.
Em vez de todas as variações seguirem o mesmo preço e as mesmas condições, agora cada uma pode ter sua precificação, tipo de anúncio (Clássico ou Premium), forma de entrega e até promoções específicas.
Ou seja, uma variação deixa de ser só “cor ou tamanho” e passa a carregar regras de venda específicas.
Na prática, a estrutura funciona em camadas:
- Família: é o guarda-chuva que agrupa as variações de um mesmo produto (ex.: Luminária de mesa modelo X);
- User Product (UP): é o produto físico em si (ex.: Luminária branca, Luminária azul);
- Itens: são as condições de venda dentro de cada UP (ex.: preço, tipo de anúncio, forma de entrega).
Vamos pensar em um exemplo…
Você vende uma luminária em duas cores – branca e azul.
Antes, as duas precisavam ter o mesmo preço e as mesmas condições.
Agora, você pode fazer assim:
- Luminária branca no Premium, por R$ 120, com frete Full;
- Luminária azul no Clássico, por R$ 99, enviada direto do seu estoque.
Tudo isso dentro do mesmo anúncio, sem precisar criar anúncios duplicados.
E o que isso significa para o vendedor?
- Mais flexibilidade para ajustar preços por variação e girar estoque encalhado;
- Possibilidade de usar estratégias avançadas, como iscas de preço para atrair clientes;
- Mais clareza para o comprador, que vê todas as opções de uma vez e escolhe o que faz mais sentido.
↪️ Leia também: Como vender no Mercado Livre partindo do zero? Guia.
Por que o Mercado Livre criou o User Product?
O User Product veio para simplificar a experiência de compra e melhorar os anúncios do Mercado Livre.
Antes, era comum precisar de vários anúncios para o mesmo produto – um no Clássico, outro no Premium, um com Full e outro sem Full.
Agora, tudo se concentra em um só anúncio, o que organiza a vitrine, facilita a escolha do cliente e aumenta a chance de conversão.
Mas essa mudança vai além da praticidade, como explica Fabio Ludke, especialista do Ecommerce na Prática:
“O User Product é mais do que uma atualização técnica: é o Mercado Livre se blindando contra a concorrência. O movimento é garantir que vendedor e comprador tenham uma experiência competitiva dentro da própria plataforma, trazendo uma nova experiência para o comprador e mais opções de otimização para o vendedor.”
Fabio Ludke - Empresário e consultor de Ecommerce
Além disso, o User Product é a base para os próximos movimentos da empresa.
Recursos como estoque multiorigem e kits virtuais só fazem sentido porque agora existe uma estrutura que permite diferentes condições de venda dentro de um mesmo anúncio.
Ou seja, mais uma vez, o Mercado Livre está mudando para se manter competitivo frente a players globais.
O que muda na prática para o vendedor?
O User Product parece apenas uma questão de organização.
Mas, quando você olha para o dia a dia do vendedor, a transformação é grande.
É sobre essas mudanças que vamos falar agora…
O que muda com o User Product?
Antes | Agora (User Products) |
---|---|
Todas as variações precisavam ter o mesmo preço. | Valor diferenciado por variação (ex.: P por R$ 49,90 e G por R$ 54,90). |
O estoque ficava centralizado em um único local. | Controle de estoque distribuído, usando depósitos ou endereços diferentes. |
A forma de envio era igual para todo o anúncio. | Opções de entrega flexíveis por variação (ex.: retirada em loja apenas para uma cor). |
Promoções e parcelamentos iguais para todas as opções. | Descontos, cupons e parcelamento personalizados por variação. |
1. Preço por variação
O primeiro impacto direto é no bolso. Antes, todas as variações de um produto tinham que seguir o mesmo valor.
Agora, você consegue ajustar preço de acordo com a demanda de cada variação.
Imagine que você vende tênis do 38 ao 42. O tamanho 40 dispara em vendas e acaba rápido; o 38 encalha.
Faz sentido cobrar o mesmo preço pelos dois? Com o User Product, não.
Você pode aumentar o valor do 40 para aproveitar a demanda e dar desconto no 38 para fazer o estoque girar.
2. Estoque distribuído
Outra virada é na gestão de estoque.
Com o UP, o marketplace abre espaço para conectar um mesmo produto a diferentes pontos de armazenamento.
Isso significa que você pode ter parte no centro de distribuição do Mercado Livre, parte no seu centro de distribuição e, no futuro, até em diferentes regiões do país (o chamado multiorigem).
3. Promoções segmentadas
Essa flexibilidade, é claro, também chega nas campanhas.
Em vez de aplicar um desconto único para todo o anúncio, dá para segmentar de acordo com as variações.
Mais uma vez, isso vai impactar positivamente os itens que não vendem tão bem e precisam de uma ajudinha
Suponha que você vende mochilas em três cores: preta, azul e vermelha.
A preta já vende bem sozinha, mas a vermelha não sai do estoque.
Com o User Product, você pode criar uma promoção só para a vermelha, oferecendo 20% de desconto.
Assim, você movimenta o produto parado sem sacrificar a margem das outras cores.
↪️ Leia também: Reputação no Mercado Livre: o que é e como melhorar?
4. Família de produtos
Por fim, entra a lógica das famílias.
O Mercado Livre passa a agrupar automaticamente produtos que são essencialmente iguais, mas têm variações físicas – como cor ou tamanho.
Isso significa que o comprador não precisa ficar pulando entre anúncios diferentes para entender as opções.
Para você, vendedor, isso resulta em mais organização e um anúncio mais forte.
Exemplo: ao procurar “camisa polo masculina”, o cliente vai encontrar uma família que agrupa as cores preta, azul e branca.
Cada cor é um User Product dentro dessa família, e cada um deles pode ter condições de venda próprias.
Benefícios e oportunidades do User Product
Toda mudança gera incômodo, mas o User Product não veio só para complicar.
Ele abre espaço para estratégias que antes eram impossíveis – e quem souber usar vai ganhar vantagem, como explica Fabio Ludke:
A primeira vantagem que eu enxerguei nessas opções de venda é que você vai conseguir pegar esse anúncio que tá no full e criar uma opção de venda diferente dentro desse mesmo anúncio, só que com seu estoque localmente. Então quando esse do full pausar ou acabar o estoque, você já vai ter uma opção de venda ativa, e o seu anúncio não vai pausar.”
Fabio Ludke - Empresário e consultor de Ecommerce
Olha só:
- Anúncios mais fortes e consolidados: Antes, você precisava dividir a força em vários anúncios para o mesmo produto. Agora, tudo fica concentrado em um só, o que ajuda a acumular histórico de visitas, vendas e relevância;
- Gestão de estoque mais inteligente: Com a convivência de Full e estoque próprio dentro do mesmo anúncio, você ganha flexibilidade para atender o cliente sem perder vendas por ruptura. Se faltar no envio Full do Mercado Livre, a variação do estoque local entra em cena;
- Margem de lucro mais bem trabalhada: Quem souber usar o preço por variação pode aumentar faturamento. Dá para cobrar mais no tamanho ou cor que vende rápido e dar desconto no que encalha, sem comprometer a média;
- Promoções mais cirúrgicas: Em vez de queimar todo o anúncio com uma oferta, você pode trabalhar apenas a variação que precisa rodar. Isso dá mais controle sobre a margem e reduz desperdício em campanhas.
- Estratégias de atração de cliente: Você pode deixar uma cor menos popular com preço bem baixo para atrair cliques. O cliente entra pelo mais barato, mas encontra variações mais rentáveis dentro do mesmo anúncio.
Desafios e riscos que você precisa ficar de olho
O User Product resolve problemas antigos, mas também cria novas dores, principalmente nessa fase de transição.
Aqui estão os principais pontos que você precisa acompanhar de perto:
- Queda repentina em anúncios de curva A: pode ser que anúncios que vendiam bem há anos percam relevância depois da migração. Às vezes é por troca de código (MLB para MLBU), às vezes por algum bug. Se o tráfego despencar de um dia para o outro, não encare como normal;
- Perda parcial de histórico: Em alguns casos, o anúncio migra, mas parte do histórico de vendas e visitas não acompanha. Isso pode fazer um anúncio veterano parecer “novo” e perder posição na busca;
- Integrações instáveis com ERPs e hubs: Como a API do Mercado Livre mudou, muitos sistemas ainda estão se ajustando. Isso causa divergência de estoque, falhas em atualizações de preço e até anúncios travados. Quem tem tudo 100% automatizado precisa monitorar de perto;
- Confusão com nomenclatura de variações: O marketplace chama tudo de “variação”: cor, tamanho, Premium/Clássico, Full/não Full. Isso gera ruído na hora de falar com equipe, fornecedores ou até suporte técnico. Fique atento para não se perder na gestão.
↪️ Leia também: O que é o Mercado Livre Ads? Aprenda a anunciar no marketplace.
Como se preparar para usar o User Product do Mercado Livre?
Saber o que muda é só metade do caminho.
O que realmente vai fazer diferença é como você se organiza para atravessar essa transição sem perder vendas.
Muitos sellers já estão sentindo na pele que deixar tudo “no automático” não funciona mais.
É hora de revisar anúncios, ajustar processos e criar um plano de ação para não ser pego de surpresa.
Vamos entender por onde começar…
1. Verifique se sua conta já foi ativada
O primeiro movimento é simples: entender se o User Product já está liberado na sua conta.
O Mercado Livre não ativou todos os sellers de uma vez; a liberação acontece em ondas, por categoria e perfil de vendedor.
Na prática, existem duas formas de checar:
- Via painel/API: Dentro da API, existe uma tag chamada “user_product_seller”. Se ela aparecer vinculada ao seu perfil, significa que você já está autorizado a criar anúncios nesse modelo;
- Sinal prático no painel de anúncios: Se você ainda não mexe com API, dá para notar direto na interface do Mercado Livre. Ao editar um anúncio, veja se aparece a opção “Oferecer preço por variação”. Se essa função surgiu para você, é sinal de que sua conta já foi ativada e seus anúncios podem migrar para o novo formato.
Aqui vale um alerta: alguns vendedores tiveram anúncios convertidos automaticamente sem aviso prévio, principalmente em categorias como autopeças e ferramentas.
Então, mesmo que você não tenha visto nenhuma notificação oficial, é importante ficar de olho no painel.
2. Revise seus anúncios atuais
Depois de confirmar se sua conta já foi ativada, o próximo passo é olhar com atenção para os anúncios que você já tem.
Isso porque, em muitos casos, o Mercado Livre faz a migração de forma automática: anúncios antigos são convertidos para o modelo User Product sem que o vendedor tenha solicitado.
E o que isso significa na prática?
- Alguns sellers relataram que, quando o anúncio é migrado, o sistema cria um novo código (MLBU). Isso pode causar a impressão de que o anúncio perdeu o histórico de visitas e vendas – já que passa a ser tratado como se fosse “novo”;
- Em outros casos, o histórico é preservado, mas aparecem distorções: métricas de conversão que não batem, dados duplicados ou até anúncios com 2 mil vendas registradas e apenas algumas visitas.
Para não ser pego de surpresa, a recomendação é:
- Monitore seus anúncios de curva A: se uma queda brusca de tráfego ou vendas acontecer logo após a migração, isso pode ser sinal de que houve perda parcial de relevância;
- Evite duplicação manual: alguns vendedores, ao verem o anúncio “sumir”, recriaram anúncios iguais por conta própria. Isso só aumenta a confusão e pode até prejudicar o ranqueamento. O melhor é revisar os anúncios já migrados e, se necessário, ajustar as variações dentro do próprio User Product;
- Use integrações atualizadas: ERPs e hubs homologados estão sendo adaptados para lidar com a nova lógica de IDs. Se o seu sistema não estiver atualizado, há risco de conflito entre os anúncios antigos e os migrados.
↪️ Leia também: Como ganhar dinheiro no Mercado Livre? 4 alternativas.
3. Ajuste preços e condições por variação
Um dos maiores avanços do User Product é permitir que cada variação do mesmo produto tenha preço, tipo de anúncio e condição de entrega diferentes.
Isso abre espaço para estratégias muito mais inteligentes de precificação e operação.
Estratégias práticas de preço
Antes, todas as variações precisavam ter o mesmo valor. Agora, você pode:
- Desencalhar estoque: se o tamanho 33 de um tênis quase não vende, dá para colocar ele mais barato, enquanto o 40, que sai rápido, pode ter preço cheio ou até maior;
- Usar um chamariz: oferecer uma cor menos popular com valor bem abaixo para atrair cliques. O cliente entra pelo preço baixo, mas dentro do anúncio encontra as variações mais rentáveis;
- Trabalhar margens por demanda: cobrar mais caro por variações com alta procura e ajustar desconto onde o giro é menor.
Como usar Clássico, Premium e Full no mesmo anúncio
Outra mudança importante é que você não precisa mais criar anúncios separados para cada tipo de publicação:
- Antes: um anúncio no Clássico, outro no Premium, um no Full e outro fora do Full;
- Agora: tudo pode estar no mesmo anúncio. Exemplo prático:
- Tênis tamanho 40 no Premium, com frete Full a R$ 199;
- O mesmo tênis, tamanho 39, no Clássico, enviado do seu estoque local a R$ 179.
- Tênis tamanho 40 no Premium, com frete Full a R$ 199;
Essa flexibilidade permite oferecer opções para diferentes perfis de cliente – quem quer pagar mais barato e esperar um pouco mais, ou quem prefere receber rápido pagando um valor maior.
4. Organize seu estoque e configure o ERP
Se antes já era arriscado depender de planilhas ou controles manuais, com o User Product isso se torna praticamente inviável.
A nova lógica de anúncios depende de integrações confiáveis para manter preço, estoque e condições de venda sincronizados.
A grande mudança é que o estoque agora é gerido em nível de User Product, e não mais apenas no anúncio.
Aqui estão alguns passos que você pode tomar para não tomar sustos na integração:
- Verifique se o seu ERP já está atualizado para o modelo User Product. Muitos integradores criaram versões novas só para lidar com IDs de família e UP;
- Configure alertas automáticos: quedas bruscas de vendas ou visitas podem ser sinal de erro na integração, não apenas do mercado;
- Monitore anúncios estratégicos manualmente: pelo menos até a fase de transição passar, não confie 100% na automação.
↪️ Leia também: Como ativar o termômetro do Mercado Livre: dicas simples.
5. Teste e monitore seus resultados
Na prática, vale usar tanto relatórios do Mercado Livre quanto alertas no ERP para identificar movimentos fora da curva o mais rápido possível.
Um dos truques que os vendedores mais experientes compartilharam é criar uma variação forçada quando o anúncio trava.
Funciona assim:
- Se o anúncio já está no modelo User Product, mas parou de exibir, você cria uma nova variação dentro dele;
- Essa variação pode ser idêntica às outras – mesmo preço, mesmas condições. O objetivo não é vender essa variação, mas “destravar” o anúncio;
- O sistema, ao registrar essa alteração, muitas vezes reativa a entrega de tráfego para o produto.
Parece gambiarra? É. Mas na prática tem funcionado para evitar que anúncios valiosos fiquem invisíveis durante a transição.
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