Pontos principais do artigo:

  • O CNAE para dropshipping internacional é o 7490-1/04, de intermediação de negócios. Ele enquadra a operação como serviço e não permite atuar como MEI, apenas como ME ou EPP;
  • No dropshipping nacional, o CNAE enquadra a operação como comércio varejista e vai variar de acordo com o que você vende; 

O mercado de dropshipping está em plena ascensão – a previsão é chegar a US$ 1,25 trilhão até 2030, de acordo com a Grand View Research

Esse número não deixa dúvida de que existe espaço para quem que operar nesse modelo. 

Mas, junto com a oportunidade, vem também a responsabilidade. 

É preciso fazer tudo certo desde o início... É aí que entra o CNAE para dropshipping.

Vamos explorar juntos como isso funciona? 😊

Dropshipping precisa de CNPJ?

Dropshipping precisa de CNPJ, sim. 

A legislação não cita diretamente essa obrigação, mas no dia a dia o que vemos é bem diferente… 

Muitas plataformas de Ecommerce e marketplaces pedem empresa aberta para liberar vendas. 

O ponto central está na forma de tributação. 

Trabalhar como pessoa física sai caro e limita o crescimento, porque o dinheiro que entra no CPF é tratado como renda comum.

Como explica Bruno de Oliveira, fundador do Ecommerce na Prática:

“Qualquer recebimento que você tenha pelo CPF está sujeito ao Imposto de Renda – que pode chegar a uma alíquota de 27,5%, o que não vale a pena para quem empreende. Por isso a importância do CNPJ.”

bruno quoteBruno de Oliveira - Fundador do Ecommerce na Prática e sócio da Nuvemshop

Já deu para entender que abrir empresa com o CNAE para dropshipping adequado não é apenas uma burocracia, não é? 

Esse é o primeiro passo para pagar menos imposto, emitir nota fiscal e ter a base certa para crescer.

↪️ Leia também:  Dropshipping LATAM: guia prático para iniciantes. 

O que é CNAE e por que ele importa no dropshipping?

CNAE é a sigla para Classificação Nacional de Atividades Econômicas

É o código que diz ao governo qual atividade a empresa exerce. 

Pode parecer só um detalhe, mas no dropshipping esse número define coisas muito importantes: 

  • Qual imposto vai ser pago;
  • Quais notas fiscais podem ser emitidas;
  • E até os marketplaces e fornecedores vão aceitar a empresa como parceira. 

Qual CNAE para dropshipping nacional? 

No dropshipping nacional, a lógica é clara: o CNAE precisa estar ligado ao comércio varejista

Isso porque a empresa vende direto para o consumidor final, mesmo que o estoque esteja com o fornecedor. 

O código vai variar de acordo com o tipo de produto. 

Alguns exemplos comuns:

  • 47.81-4/00 – Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (para lojas de moda);
  • 47.72-5/00 – Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal (para nicho de beleza);
  • 47.61-0/01 – Comércio varejista de artigos de informática e comunicação (para quem trabalha com eletrônicos);
  • 47.82-2/00 – Comércio varejista de móveis (para operações focadas em decoração e mobiliário);
  • 47.53-9/00 – Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo.

⚠️ Atenção: a escolha correta depende sempre do produto principal da loja. 

O CNAE principal deve refletir o carro-chefe do negócio, e os CNAEs secundários podem cobrir outros produtos complementares. 

Qual CNAE para dropshipping internacional? 

O melhor CNAE para dropshipping internacional é o 7490-1/04 – Atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários. 

Nesse modelo, só dá para atuar como ME ou EPP, dentro do Simples Nacional ou de outros regimes. 

Posso ser MEI e trabalhar com dropshipping?

Quem atua com dropshipping internacional não pode ser MEI. O código usado nesse modelo, que é o de intermediação de negócios (7490-1/04), não está liberado para microempreendedor individual.

Já no dropshipping nacional existe uma brecha e dá para começar como MEI. 

Como a operação é tratada como comércio varejista, alguns CNAEs são aceitos, desde que o faturamento não ultrapasse R$ 81 mil por ano e só exista um funcionário registrado. 

Isso serve para quem está na fase de teste, validando nicho e entendendo como o mercado reage. 

Nesse ponto entra a lógica:

“A escolha depende do momento do seu negócio. Se você ainda está validando o produto e ainda não vende muito, o MEI é o ideal. Agora, se você já tem estoque e está disposto a investir mais, vai para o ME.”

camilla magalhãesCamilla Magalhães - Especialista em vendas

O alerta é simples: o MEI pode ser porta de entrada, mas não sustenta crescimento por muito tempo. 

Quem começar a vender mais rápido precisa migrar para ME, senão corre risco de cobrança retroativa de impostos.

↪️ Leia também: Os melhores cursos de dropshipping para começar a vender. 

Passo a passo para abrir um CNPJ para dropshipping

O que atrapalha muita gente na hora de abrir um CNPJ para dropshipping é a quantidade de informações desencontradas e termos técnicos que só complicam. 

Na prática, o caminho é bem direto:

  1. Defina se será nacional, internacional ou ambos;
  2. Escolha o CNAE (principal e secundários);
  3. Selecione a natureza jurídica (MEI ou ME);
  4. Escolha o regime tributário (geralmente Simples);
  5. Cadastre a empresa e configure o emissor de NF;
  6. Emita uma nota de teste para validar.

Vamos entender melhor esses passos? 

1. Defina se vai atuar com nacional, internacional ou ambos

Antes de qualquer registro, o primeiro passo é decidir se o negócio vai operar só no dropshipping nacional, só no internacional ou nos dois ao mesmo tempo. 

Essa escolha muda completamente o enquadramento da empresa: 

  • No dropshipping nacional, o CNAE vai estar ligado ao comércio varejista. É o caminho de quem compra de fornecedores dentro do Brasil e só precisa organizar catálogo e emissão de notas;
  • No dropshipping internacional, a classificação é diferente. A atividade é entendida como intermediação de negócios, ou seja, a empresa faz a ponte entre cliente brasileiro e fornecedor estrangeiro.

2. Escolha o CNAE correto (principal e secundários)

Na etapa de registro, a definição do CNAE é um dos pontos mais importantes. 

Esse código precisa refletir o que a empresa realmente vai vender e serve como base para impostos, emissão de notas fiscais e até aceitação em marketplaces.

O CNAE principal deve sempre representar o produto que será o carro-chefe da operação. 

Já os CNAEs secundários ajudam a cobrir linhas adicionais ou complementares. 

Por exemplo: 

  • 47.89-0/99 – Comércio varejista de outros produtos não especificados anteriormente (um CNAE guarda-chuva, útil para catálogos variados).

3. Selecione a natureza jurídica (MEI ou ME)

Depois de decidir o CNAE, o próximo ponto é escolher a natureza jurídica da empresa. 

É isso que define o formato legal do negócio e o que pode ou não ser feito dentro dele.

No dropshipping, as opções mais comuns são:

  • MEI para Ecommerce (Microempreendedor Individual): funciona apenas para quem atua com fornecedores nacionais e ainda está começando.
  • ME (Microempresa): indicada para quem já quer estruturar um negócio com mais fôlego. Permite faturar até R$ 360 mil por ano, contratar equipe e usar CNAEs não disponíveis para o MEI.

4. Defina o regime tributário inicial 

Com a natureza jurídica definida, chega a hora de escolher o regime tributário

Esse passo é essencial porque vai determinar de que forma os impostos serão cobrados e qual será o peso deles no caixa do negócio.

Na maioria dos casos, quem começa no dropshipping opta pelo Simples Nacional, justamente por concentrar vários tributos em uma única guia e ter alíquotas menores para empresas de menor porte. 

Dentro do Simples, a atividade pode cair em anexos diferentes, e isso muda bastante a porcentagem de imposto:

  • No comércio (dropshipping nacional), a tributação inicial costuma girar em torno de 4% a 6%;
  • No serviço (dropshipping internacional), a alíquota pode começar em 15,5%, mas existem situações em que dá para migrar para um anexo mais vantajoso e reduzir essa carga.

↪️ Leia também: Lista de fornecedores dropshipping nacional grátis: 20 opções. 

5. Cadastre a empresa na prefeitura/estado e configure emissor de NF

Depois de escolher o regime tributário, o próximo passo é colocar a empresa no radar dos órgãos públicos. 

Isso significa fazer o cadastro na prefeitura e, em alguns casos, também no estado

Essa etapa garante que a empresa possa emitir notas fiscais de forma regularizada e cumpra as exigências locais para o funcionamento.

Junto com esse registro, vem a configuração do emissor de NF

6. Emita nota de teste para validar a configuração

Depois de configurar o emissor, não dá para simplesmente começar a vender sem testar. 

O caminho certo é emitir uma nota fiscal de teste

Esse procedimento mostra se todos os dados foram cadastrados corretamente – desde o CNAE até a descrição dos produtos e a alíquota de impostos.

Impostos no dropshipping: o que esperar?

As alíquotas de quem atua no Simples Nacional fazendo dropshipping variam conforme o faturamento anual:

Alíquotas do Simples Nacional — Dropshipping Internacional
Faixa de Faturamento (12 meses) Alíquota (%) Dedução por Faixa (R$)
Até R$ 180 mil 6,0% R$ 0,00
De R$ 180 mil a R$ 360 mil 11,2% R$ 9.360,00
De R$ 360 mil a R$ 720 mil 13,5% R$ 17.640,00
De R$ 720 mil a R$ 1,8 milhão 16,0% R$ 35.640,00
De R$ 1,8 milhão a R$ 3,6 milhões 21,0% R$ 125.640,00
De R$ 3,6 milhões a R$ 4,8 milhões 33,0% R$ 648.000,00

↪️ Leia também: Como fazer contabilidade para dropshipping do jeito certo? 

Quais são os riscos de usar o CNAE errado no dropshipping?

Usar o CNAE errado no dropshipping é um erro que custa caro. Os principais riscos são:

  • Impostos mais altos: um código mal escolhido pode enquadrar a empresa em anexos ou regimes com alíquotas maiores, aumentando a carga tributária sem necessidade;
  • Notas fiscais rejeitadas: se o CNAE não corresponder à atividade real, a emissão de notas pode ser barrada pela Receita ou pela Secretaria da Fazenda;
  • Bloqueio com fornecedores de dropshipping: muitas plataformas conferem o CNAE antes de liberar cadastros; se estiver errado, o acesso pode ser negado;
  • Multas e fiscalizações: além de autuações, o negócio corre o risco de ser desenquadrado do regime tributário e acumular débitos retroativos.

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Com ele, você vai aprender:

  • Como começar a vender sem estoque e sem precisar de muito dinheiro;
  • Quando vale mais a pena usar o modelo nacional ou o internacional;
  • E o principal: como evitar os erros que mais travam iniciantes.

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Perguntas Frequentes

Dropshipping precisa de CNPJ?

Sim. A lei não obriga formalmente, mas marketplaces, fornecedores e plataformas exigem CNPJ para liberar vendas e emissão de notas fiscais.

Qual o CNAE para dropshipping nacional?

No nacional, o CNAE deve estar vinculado ao comércio varejista. O código exato varia de acordo com o produto principal da loja, podendo incluir CNAEs secundários para complementar o catálogo.

Qual o CNAE para dropshipping internacional?

No internacional, a atividade é classificada como intermediação de negócios. O código mais usado é o 7490-1/04, que não é permitido para MEI, apenas para ME ou EPP.

Posso ser MEI e trabalhar com dropshipping?

Somente no dropshipping nacional e dentro do limite de R$ 81 mil/ano. No internacional não é permitido, já que o CNAE de intermediação não consta entre os aceitos para MEI.