O modelo de DRE é um documento indispensável para os empresários que querem ter o controle das finanças do seu negócio. Apesar de ser um documento bastante utilizado, muitos ainda possuem dúvidas de como colocá-lo em prática. Para acabar com essa situação, nós criamos este artigo completo sobre DRE.
Pelo menos uma vez por ano os empreendedores se deparam com a necessidade de fazer a DRE de suas empresas. Alguns tiram a tarefa de letra – principalmente aqueles com mais experiência –, enquanto outros sentem um pouco mais de dificuldade…
Se este é o seu caso, saiba que isso é totalmente normal. Afinal de contas, a DRE contém diversos tópicos em sua estrutura e os dados devem ser os precisos possíveis para que a análise das finanças seja eficiente.
Ao longo deste artigo, você vai aprender o que é DRE, sua importância, os elementos que compõem a sua estrutura e como criar o documento. Além de um bônus valioso, só para aqueles que leram até o final. Vamos lá?
Antes, assista ao vídeo em que o Diego Ceciliano, especialista em finanças, fala sobre como fazer montar a DRE de uma empresa:
Índice:
O que é DRE?
DRE é a sigla utilizada para “Demonstração do Resultado do Exercício”, um documento que traz o resumo das finanças de uma empresa. Seu objetivo é ajudar o empreendedor a saber se o negócio gerou lucros ou prejuízos ao longo de um determinado período.
Assim, o modelo de DRE é um demonstrativo contábil que faz um comparativo entre as receitas e as despesas da empresa, apresentando, assim, um resultado líquido de suas atividades.
O indicado é que ele seja feito pelo menos uma vez ao ano, mas nada impede que também possa ser realizado mais vezes. Essa decisão vai depender da necessidade do empreendedor de acompanhar os resultados do negócio.
Sendo assim, é importante que o empresário entenda o que é DRE para manter a área financeira do negócio em dia. E, principalmente, porque a emissão desse demonstrativo é obrigatória por lei. Mais precisamente, pela Lei nº 11.638, de 27 de dezembro de 2007.
É preciso ter atenção apenas ao fato de que DRE pode sofrer variações dependendo do porte da empresa e sua operação.
Por que usar a DRE é importante?
O DRE permite que empresários avaliem a saúde financeira de suas empresas, um fator que independe do seu porte ou nicho de mercado. Somado ao Demonstrativo de Fluxo de Caixa e ao Balanço Patrimonial, ele é um dos principais relatórios utilizados para a gestão de negócios.
Isso acontece porque o modelo de DRE apresenta uma síntese dos resultados das atividades executadas, sejam elas operacionais ou não. Na prática, ele é feito de forma gerencial (citando os custos, projeções de crescimento, etc) e fiscal (taxas e impostos pagos, etc).
Ou seja, é um documento que comprova que a sua empresa não executa práticas ilegais, como a sonegação de impostos, por exemplo.
Além disso, a DRE auxilia na compreensão mais ampla sobre as despesas, os custos da operação, os períodos mais lucrativos e por aí vai…
Dessa forma, o documento acaba sendo uma forma segura de o empreendedor dominar os aspectos fundamentais para o crescimento do seu negócio. E, consequentemente, ser um empreendedor de sucesso.
Leia também: Como ser um empreendedor? 31 dicas para ter sucesso no Ecommerce
Qual é a relação entre DRE e Balanço Patrimonial?
Ambos os documentos são importantes para uma boa gestão financeira. Mas enquanto a DRE faz um levantamento de despesas e receitas, o Balanço Patrimonial funciona como um check-up de todos os itens e de ativos e passivos.
Assim, apesar de muitos empresários confundirem os dois conceitos ou os julgarem como iguais, cada um possui o seu próprio objetivo e conjunto de variáveis.
O indicado, inclusive, é que DRE e Balanço Patrimonial sejam utilizados e analisados conjuntamente na gestão financeira. Assim, você consegue ter uma visão ainda mais ampla sobre toda a saúde financeira do seu negócio.
Estrutura da DRE
Não há um modelo de DRE único, uma vez que isso depende de alguns fatores como o porte e a sua demanda, por exemplo.
Contudo, existe uma estrutura básica que diversos empresários utilizam. Ela, inclusive, pode ter itens adicionados ou excluídos, dependendo da necessidade da empresa.
Veja a estrutura da DRE a seguir:
- Receita bruta;
- (-) Deduções e abatimentos;
- (=) Receita líquida;
- (-) Custos de venda (CPV, CMV ou CSP);
- (=) Lucro bruto;
- (-) Despesas com vendas;
- (-) Despesas administrativas;
- (-) Despesas financeiras;
- (=) Resultado antes IRPJ CSLL;
- (-) Provisões IRPJ E CSLL;
- (=) Resultado líquido.
Vamos explicar em mais detalhes cada um desses tópicos a seguir:
Receita bruta
A receita bruta diz respeito às vendas feitas pela empresa. No modelo DRE, simboliza a reunião de todas as vendas realizadas, seja de produtos ou serviços. Ela engloba também os cancelamentos e devoluções.
(-) Deduções e abatimentos
As deduções e abatimentos, por sua vez, são todas as tributações que refletem nas vendas, como ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), e ISS (Imposto Sobre Serviços). Além das deduções oriundas de cancelamentos, devoluções e descontos.
(=) Receita líquida
A receita líquida é, basicamente, a receita bruta menos os impostos e deduções. Ou seja, é a receita total decorrente das atividades desempenhadas pela empresa.
(-) Custos de venda
Os custos de venda se refletem em: CPV (Custo de produtos vendidos), CMV (Custos de mercadorias vendidas) e CSP (Custo dos Serviços Prestados). Eles apresentam gastos ligados à fabricação de uma mercadoria ou preparação de um serviço. Isto é, os custos de venda são os valores direcionados à compra de matéria-prima, distribuição, logística, etc.
(=) Lucro bruto
Já o lucro bruto é a diferença entre a receita líquida e o gasto na produção. É o lucro antes da realização de deduções de pagamento de impostos, salários de colaboradores, juros, etc.
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(-) Despesas com vendas
Neste ponto de despesas com vendas, o modelo DRE diz respeito aos gastos com comissões e custos de pós-venda.
(-) Despesas administrativas
As despesas administrativas são aquelas necessárias para manter a empresa funcionando - independentemente das vendas estarem acontecendo ou não. Ou seja, aluguel, contas de água, luz e telefone, IPTU, material de escritório, manutenções, entre outras.
(-) Despesas financeiras
As despesas financeiras são referentes aos gastos com juros e multas. Isso pode acontecer por diversas razões, como atraso no recolhimento de impostos e fornecedores, por exemplo.
(=) Resultado antes IRPJ CSLL
Este indicador mostra o resultado da conta até aqui, não levando em consideração o impacto dos tributos que são cobrados sobre o resultado.
(-) Provisões IRPJ E CSLL
RPJ é a sigla usada para “Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas” e CSLL, “Contribuição Social sobre o Lucro Líquido”. Ambos são tributos cobrados sobre o faturamento do negócio.
(=) Resultado Líquido
Aqui é o final do DRE: o resultado líquido, que é calculado a partir da subtração dos impostos e taxas pagas do lucro bruto. Ele pode ser lucro ou prejuízo, a depender do desempenho da empresa ao longo do período.
Quais são os benefícios da DRE?
Antes de aprender como fazer DRE na prática, que tal conferir seus principais benefícios? Eles certamente farão a diferença para o seu negócio. Veja:
Entendimento da situação da empresa
A DRE oferece uma visão abrangente das finanças do seu negócio, destacando suas receitas, despesas e lucros ao longo de um período específico, geralmente um ano fiscal.
Tudo isso é vantajoso porque permite uma maior compreensão sobre a saúde financeira da empresa. Ou seja, ajuda a identificar áreas de força e fraqueza e tomar decisões informadas para impulsionar o crescimento e a sustentabilidade do negócio.
Correção de falhas
Ao analisar os resultados da DRE, você pode identificar possíveis problemas financeiros ou operacionais, como altos custos, baixa margem de lucro ou ineficiências operacionais.
Assim, com essas informações em mãos, é possível implementar medidas corretivas para resolver esses problemas e melhorar a eficiência operacional e a rentabilidade do negócio como um todo. Uma boa vantagem, não é mesmo?
Avaliação da gestão
A DRE é uma ferramenta importante para avaliar a eficácia das estratégias e iniciativas implementadas pela equipe de gestão. Mas como isso acontece?
Bom, ao comparar os resultados financeiros planejados com os reais, os gestores podem verificar discrepâncias e entender onde as coisas podem não estar indo conforme o esperado. Isso permite que eles ajustem suas estratégias e tomem medidas corretivas para melhorar o desempenho da empresa no futuro.
Captação de investimentos
Uma DRE sólida e demonstrando um histórico consistente de lucro e crescimento pode aumentar a atratividade da empresa para investidores externos. Já pensou nessa possibilidade?
Os investidores estão interessados em empresas que tenham um bom desempenho financeiro e ofereçam oportunidades de retorno sobre o investimento. Portanto, uma DRE bem elaborada tem tudo para te ajudar a atrair investimentos externos para financiar a expansão do negócio.
Como fazer a DRE?
Agora que você já entendeu como é a estrutura e diversos outros pontos importantes, é preciso também aprender a como fazer a DRE, de fato.
Como falamos anteriormente, não existe um padrão de modelo DRE, mas sim diversas variações que são utilizadas conforme a necessidade do empresário.
De qualquer maneira, o primeiro passo na hora de fazer o documento é ter em mãos informações sobre a sua empresa – aquelas que citamos no tópico anterior, referente à estrutura do modelo de DRE. São elas que você vai inserir no documento.
Outro ponto importante: o formato de planilha (Google Sheets ou Microsoft Excel) é o mais indicado para fazer a DRE. Isso porque os dados ficam organizados e contribuem para uma boa visualização, o que vai te ajudar a entender tudo de forma mais ampla.
Entendido isto, você deve elencar os tópicos da estrutura do modelo de DRE na coluna à esquerda na planilha. Deduções e abatimentos, despesas administrativas, lucro bruto, receita líquida são alguns exemplos.
Em seguida, vai ser preciso inserir as informações do seu negócio à coluna ao lado. Você pode usar cores de sua preferência nas células dos títulos das colunas nas linhas da planilha. Por fim, é preciso adicionar as fórmulas necessárias para os cálculos serem feitos corretamente.
Essas fórmulas podem variar de acordo com o modelo de DRE utilizado. Esse ponto, inclusive, é motivo de dúvida para diversos empresários na hora de entender como fazer a DRE em seus negócios…
Se este é o seu caso, fique tranquilo. Nós criamos um modelo de DRE para te auxiliar nessa tarefa e vamos falar sobre ela no próximo tópico. Continue com a gente…
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Fazer a gestão de um negócio da melhor maneira possível pode ser bastante desafiador. No dia a dia, você precisa contar com informações certas para tomar decisões de maneira assertiva e clara.
No que diz respeito às finanças de uma empresa, esse cenário tende a ficar ainda mais relevante. Afinal de contas, o financeiro é como se fosse o coração do empreendimento, não é mesmo?
Foi analisando esse contexto que nós criamos a planilha gratuita de DRE!
Ela foi elaborada pelo empresário e especialista em finanças Diego Ceciliano.
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