Pontos principais do artigo:

  • Pró-labore é o pagamento que o sócio recebe pelo trabalho que faz na empresa;
  • O papel desse pagamento é dar ao dono controle sobre o caixa e clareza sobre o que é renda pessoal e o que é dinheiro da empresa;
  • No Ecommerce na Prática, você tem cursos, comunidade e suporte para transformar seu negócio em uma empresa lucrativa e previsível. 💙

Você trabalha o mês inteiro, vende bem, paga todo mundo em dia… mas quando olha pro saldo, ainda não sabe quanto é seu de verdade? 

Essa é a realidade de muita gente que já tem o negócio rodando, mas ainda mistura as finanças pessoais com as da empresa. 

O resultado é sempre o mesmo: sensação de descontrole e dificuldade para entender se o negócio está dando lucro de verdade.

Por isso, este artigo vai mostrar o que é pró-labore e as boas práticas para definir o seu. 

Vamos falar disso tudo agora? 

O que é pró-labore? 

Pró-labore é o pagamento que cada sócio recebe pelo trabalho que faz na empresa

É a remuneração de quem administra, vende, organiza, lidera e faz o negócio acontecer.

Diferente do lucro, que vem do resultado da operação, o pró-labore é uma despesa fixa do negócio – o equivalente ao salário do dono que trabalha.

Para deixar claro o que ele não é, vale entender algumas diferenças:

🚫 Não é salário CLT. O sócio não tem direitos trabalhistas como férias, 13º ou FGTS. A contribuição é feita pelo INSS, mas fora do regime de emprego; 

🚫 Não é lucro. O lucro é o que sobra depois que a empresa paga todas as despesas – inclusive o pró-labore. Só pode ser retirado quando há resultado positivo comprovado na contabilidade;

🚫 Não é retirada aleatória do caixa. Pró-labore tem valor e data definidos. Ele precisa caber dentro do orçamento da empresa, como qualquer outro custo fixo.

Ao entender o que é pró-labore, o dono passa a se pagar de forma estruturada e enxerga o lucro como o que realmente é – o resultado do crescimento da empresa.

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Quem precisa ter pró-labore e por quê

Todo empreendedor que trabalha na própria empresa precisa ter pró-labore.

Isso vale para qualquer sócio que participa da operação, toma decisões, gerencia equipe ou cuida das vendas. 

O pró-labore é a forma correta de registrar essa remuneração e garantir que o trabalho do dono tenha valor reconhecido dentro da contabilidade.

Em outras palavras, o pró-labore não é opcional para quem atua no dia a dia do negócio. 

Ele formaliza o que o sócio ganha pelo trabalho e evita problemas fiscais no futuro. 

Veja como isso se aplica em cada cenário:

  • Sociedades limitadas (LTDA): todos os sócios que atuam na operação precisam ter pró-labore registrado;
  • Empresas do Simples Nacional: a regra é a mesma; o valor deve ser contabilizado e declarado mensalmente;
  • Empresas com sócios investidores: apenas os administradores e sócios que trabalham na gestão precisam retirar pró-labore; quem só investe recebe lucros, não salário;
  • MEI para Ecommerce não são obrigados, mas podem definir um pró-labore simbólico para criar disciplina e entender o quanto o negócio realmente rende.

Além de cumprir a legislação, o pró-labore ajuda o empreendedor a separar o que é pagamento pessoal do que é lucro da empresa. 

Essa distinção evita confusões, facilita o controle do caixa e mostra, com clareza, quanto o negócio está devolvendo de fato para quem faz ele funcionar.

o que é pro-labore

Qual a diferença entre pró-labore e lucro? 

Pró-labore é o pagamento pelo trabalho do sócio. Lucro é o resultado do negócio depois que todas as despesas são pagas – inclusive o pró-labore. 

Os dois têm naturezas diferentes e papéis distintos dentro da gestão financeira.

Enquanto o pró-labore é uma despesa fixa, registrada todo mês e usada para remunerar quem faz a empresa funcionar.

Já o lucro é o retorno do investimento, distribuído apenas quando há sobra real no caixa após o fechamento contábil.

Como calcular o seu pró-labore? 

Cada empresa tem uma realidade diferente, então, ao definir o valor do seu pró-labore você não pode seguir uma fórmula pronta.

Nos próximos passos, você vai ver como calcular o seu pró-labore de forma prática.

Continue lendo! 

1. Entenda em que fase o seu negócio está

Antes de falar em números, olhe para o estágio do seu e-commerce.

  • Está começando e ainda investe pesado em estoque, tráfego e estrutura?
  • Ou já tem vendas constantes e caixa saudável?
    Essa análise define se você vai retirar o mínimo necessário para viver ou se já dá para aumentar a remuneração com segurança.

↪️ Leia também: Modelo de DRE no Excel: aprenda a usar e baixe planilha. 

2. Levante o faturamento e as despesas médias dos últimos meses

Antes de definir o valor do seu pró-labore, pare e olhe para o momento do seu negócio

O erro mais comum é querer se pagar como uma empresa grande quando o negócio ainda está engatinhando.

Ou, ao contrário, continuar se pagando pouco quando já existe espaço para crescer com segurança.

Veja onde o seu negócio se encaixa:

  • Fase inicial: o foco ainda é investir. Estoque, marketing, plataforma, tudo exige caixa. Aqui, o pró-labore deve ser simbólico, o suficiente para cobrir o básico das suas despesas pessoais. O resto precisa voltar para empresa;
  • Fase de consolidação: as vendas já acontecem com previsibilidade. É hora de definir um valor fixo de pró-labore, que caiba no orçamento e traga estabilidade. Nem demais, nem de menos;
  • Fase de expansão: o negócio já tem margem e estrutura. Nessa etapa, dá para revisar o pró-labore com mais frequência e ajustar conforme o crescimento, sem esquecer das reservas e novos investimentos.

O ponto é simples: o pró-labore deve seguir o ritmo da empresa. Ele precisa ser sustentável

3. Descubra o lucro operacional real da sua empresa

Saber o faturamento não basta. 

O número que realmente mostra a força do seu negócio é o lucro operacional – o que sobra depois de pagar todas as contas. 

Para chegar a esse valor, olhe com atenção pros números e organize as despesas em blocos:

  • Custos variáveis: tudo que muda conforme o volume de vendas – produtos, embalagens, taxas de plataforma, comissões e frete. Quanto mais você vende, mais esses custos crescem;
  • Despesas fixas: aluguel, energia, ferramentas, equipe, contador, marketing recorrente. Esses gastos precisam ser cobertos todos os meses, independente das vendas;
  • Impostos e taxas: mesmo quem está no Simples Nacional precisa incluir tributos no cálculo. Ignorar esses valores dá a falsa impressão de lucro.

Depois de levantar tudo, subtraia os custos e despesas do faturamento. 

O valor que sobra é o lucro operacional – o dinheiro que a empresa realmente gera. 

Esse número é a base do seu pró-labore.

Não se engane com o saldo da conta ou com o volume de vendas. 

⚠️ Um negócio pode faturar alto e ainda assim não ter lucro suficiente para pagar o dono. 

4. Escolha um valor fixo que caiba no orçamento da empresa

Chegou a hora de definir quanto você vai receber todo mês. 

Aqui, a ideia é transformar o pró-labore em uma despesa fixa, que entra no planejamento da empresa junto com aluguel, marketing e ferramentas. 

Por isso, aqui vale o aviso: ele precisa caber dentro do lucro.

Não vai adiantar usar uma porcentagem aleatória do faturamento.

Isso porque o faturamento “engana” – ele mostra quanto entrou, não quanto sobrou. 

Para chegar a um valor equilibrado, leve em conta três pontos:

  • Seu custo de vida: o pró-labore precisa cobrir o básico das suas contas pessoais, sem que você dependa de retiradas extras ao longo do mês;
  • A capacidade de reinvestimento da empresa: quanto mais você retira, menos sobra para estoque, marketing e equipe. O crescimento depende de equilíbrio;
  • A estabilidade do caixa: se o negócio ainda oscila, mantenha um valor conservador e ajuste conforme o fluxo se estabiliza.

5. Calcule os impostos sobre o valor escolhido

Antes de fechar o valor do seu pró-labore, é essencial considerar os impostos que vêm junto.

Eles fazem parte do custo real da sua retirada e impactam diretamente o caixa da empresa. 

Os principais encargos são:

INSS

O valor é de 11% sobre o valor do pró-labore. 

Essa contribuição é obrigatória para quem trabalha na empresa e garante seus direitos previdenciários. 

O valor mínimo de referência é o salário mínimo. 

Se o pró-labore for menor que isso, a contribuição não conta para benefícios futuros – ponto importante que muitos ignoram.

IRPF

Varia conforme a tabela progressiva. 

O imposto é retido na fonte e segue as mesmas faixas aplicadas a qualquer pessoa física. 

Se o seu pró-labore ultrapassar as primeiras faixas, já haverá desconto de imposto de renda;

Contribuição patronal

Em algumas empresas, principalmente as que estão no Lucro Presumido, Lucro Real ou no Anexo IV do Simples Nacional, existe mais um custo: 20% de INSS sobre o valor do pró-labore.

Esse valor é pago pela pessoa jurídica. É uma despesa da empresa, mas precisa entrar no cálculo.

O ideal é simular o valor líquido que vai cair na sua conta. 

Exemplo: se o pró-labore for de R$ 3.000, a contribuição ao INSS será de R$ 330, e ainda pode haver desconto de IR, dependendo da faixa. 

O que sobra é o que você realmente recebe.

Esses tributos podem parecer pesados, mas fazem parte da estrutura de uma empresa regularizada

Além de evitar problemas com o fisco, o pagamento correto te protege como profissional. 

Por isso, inclua sempre os impostos na sua projeção mensal.

Eles não são opcionais e precisam caber dentro do planejamento financeiro da empresa.

6. Registre e pague seu pró-labore todo mês

A essa altura, já ficou claro que o pró-labore precisa ser tratado como uma conta fixa da empresa. 

Agora, o foco é garantir controle e constância

Para evitar isso, siga um processo simples e repita todos os meses:

  • Defina uma data fixa: escolha um dia no mês para o pagamento e mantenha essa rotina. Assim como o aluguel ou a folha de equipe, o pró-labore precisa estar no calendário financeiro;
  • Registre oficialmente: oalor e as condições devem constar no contrato social e na contabilidade. Isso mostra transparência e evita questionamentos do fisco sobre retiradas sem comprovação;
  • Gere recibo ou folha: mesmo que o pró-labore seja pago a você, ele deve ter documentação. Isso facilita o cálculo de impostos e o controle de pagamentos futuros;
  • Faça o pagamento sempre da mesma forma: use transferência da conta PJ para a PF, com identificação clara. Nada de transferências aleatórias ou pagamentos em dinheiro.

Vale lembrar que manter esse registro fortalece sua reserva de caixa e melhora o acesso a crédito

Bancos e fornecedores olham holerites/recibos e informes de lucros para comprovar renda do sócio… 

Depois de definir rotina e registro, conte com o apoio do seu contador.

Além de te ajudar a cumprir uma obrigação, o contador te dá segurança para focar no crescimento da empresa sem cair em erros fiscais.

↪️ Leia também: Entenda o que é capital de giro, tipos e como calcular. 

7. Revise o valor a cada semestre

No E Commerce, os custos sobem, margens variam e o volume de vendas nem sempre é o mesmo. 

Por isso, as boas práticas pedem que você revise o valor do pró-labore a cada seis meses

Olhe pro lucro dos últimos períodos e veja se o negócio continua saudável depois da retirada.

E antes de aumentar a retirada, veja se há espaço para continuar reinvestindo no negócio, seja em marketing, estoque ou equipe. 

As vantagens de definir um pró-labore

Definir um pró-labore é uma decisão de gestão que traz previsibilidade. 

É o momento em que o dono deixa de viver de retiradas aleatórias e passa a se pagar de forma estruturada, dentro da realidade financeira da empresa.

As principais vantagens são:

  • Controle financeiro real: separa o dinheiro da empresa do pessoal e mostra com clareza para onde o caixa está indo;
  • Previsibilidade no fluxo de caixa: com valor e data definidos, fica mais fácil planejar pagamentos e investimentos;
  • Segurança fiscal e contábil: todas as retiradas ficam registradas, o que evita autuações e mantém a empresa em conformidade.

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Perguntas Frequentes

O que é pró-labore e como funciona?

É o pagamento que o sócio recebe pelo trabalho na empresa. Funciona como um salário fixo, com impostos e registro contábil.

Diferença entre pró-labore e salário?

O pró-labore remunera o sócio que trabalha na empresa, mas sem direitos CLT. O salário é pago a empregados sob vínculo formal.

Qual deve ser o valor do pró-labore?

Deve caber dentro do lucro da empresa, cobrindo o essencial das despesas pessoais sem comprometer o caixa nem o reinvestimento.