O que é cross docking e como implementar na sua empresa?

O cross docking é um modelo logístico projetado para acelerar o fluxo de mercadorias ao mínimo tempo de armazenamento. É uma  abordagem dinâmica que visa maior agilidade logística, redução de custos de estoque, dentre outros pontos. Leia o artigo para saber o que é cross docking e muito mais!

Ao contrário do tradicional armazenamento em depósitos, o cross docking engloba a movimentação rápida dos produtos do fornecedor para a expedição. Ou seja, ele  elimina a necessidade de armazenamento em centros de distribuição. 

Se você tem dificuldades em lidar com gestão de estoque, o cross docking pode ser uma solução para a sua dor de cabeça. Nesse modelo, em vez de um estoque físico, a empresa conta com um centro de controle para receber, analisar e despachar produtos de terceiros.

Será que essa modalidade faz sentido para o seu negócio? Acompanhe os próximos tópicos para descobrir isso!

O que é cross docking?

Cross docking (CD) é um modelo logístico que tem como foco o fluxo de mercadorias, não o armazenamento. As encomendas são recebidas em um centro de distribuição e, depois, preparadas para serem despachadas e enviadas ao consumidor final. 

Esse centro de distribuição nada mais é do que um espaço em que as encomendas ficam por pouco tempo – normalmente, por no máximo 3 dias. A ideia é o CD ser apenas um local de transição.

Os responsáveis pelo envio dos itens até o local são os fornecedores, fazendo com que os pacotes não precisem passar pelos lojistas durante o processo. Muitos empreendedores confundem cross docking com dropshipping, mas os conceitos são diferentes…

Explicaremos mais sobre isso nos próximos tópicos. Prossiga com a leitura!

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Como funciona o cross docking?

O cross docking funciona da seguinte maneira:

1. O empreendedor cadastra produtos de um fornecedor na sua loja virtual;

2.  O cliente faz um pedido e realiza o pagamento;

3. O lojista compra o produto diretamente do fornecedor;

4. Ele envia para o centro de distribuição, onde é avaliado se o item está certo e em boas condições;

5. Por fim, o produto é enviado para o cliente.

Vantagens do cross docking

O cross docking não chama a atenção dos empreendedores à toa. O modelo logístico tem algumas vantagens realmente interessantes. Veja:

Agilidade logística

Como o fluxo entre fornecedor e centro de distribuição é único, a logística acaba ficando bem mais ágil. Lembrando que não é preciso que o pacote passe pelos lojistas, fazendo com que tanto o processo dentro do CD quanto as rotas possam ser otimizadas.

Maior rotatividade do estoque

Considerando que o lojista só compra os produtos que já foram vendidos, o estoque nunca vai ficar parado. Quando isso acontece, eles perdem tempo aplicando estratégias para vender os itens que sobraram, geralmente diminuindo o ticket médio. Com o cross docking não há esse problema.

❌ Leia também: Estoque parado: o que é, como evitar e como resolver?

Redução de gastos com armazenamento

No cross docking, só é preciso de um centro de distribuição para que os seus produtos sejam recebidos, conferidos, separados e enviados ao cliente. Esse espaço pode ser muito menor do que um armazém tradicional, gerando uma diminuição de despesas do seu negócio.

Redução do capital de giro

É comum os empresários investirem em estoque sem saber se vão conseguir vender toda a mercadoria comprada. Nesse modelo, é possível comprar apenas aquilo que já foi vendido, dando a certeza de que esse dinheiro vai voltar para a empresa. 

Ou seja, reduz a quantidade necessária de capital de giro para fazer a manutenção do estoque, podendo investir mais em estratégias que tragam resultados.

Maior variedade de produtos

Sempre reforçamos que, ao comprar o estoque, o lojista deve se preocupar com quantidade e não com variedade. Porém, como você não precisa armazenar produtos e só compra quando sabe que já foi vendido, pode oferecer uma diversidade maior de itens. 

🧺 Leia também: Mix de produtos: o que é, importância e como definir.

Desvantagens do cross docking

Como todo modelo logístico, também existem desvantagens ou, melhor dizendo, pontos de desafio no cross docking. São eles:

Possíveis avarias

Por mais que exista uma excelente organização no centro de distribuição, não é possível eliminar 100% o risco de avarias durante a movimentação acelerada dos produtos. Isso porque a manipulação constante pode aumentar a probabilidade de danos, exigindo cuidados adicionais na embalagem e manuseio.

📦 Aproveite para ler também: Embalagem para Ecommerce: tipos, dicas e fornecedores.

Sincronização

Já deu para perceber que o cross docking funciona com base em um processo bem definido, não é verdade? Não à toa, a sincronização precisa ser meticulosa para evitar que qualquer descompasso afete a eficiência do processo. Coordenar a chegada de produtos com a demanda do cliente requer uma gestão logística precisa.

Maior demora para entrega

No cross docking, depois de o cliente fazer a compra, o lojista precisa ainda comprar o produto, esperar ele ser enviado ao centro de distribuição para, depois, o pacote ser enviado ao consumidor final.

Na prática, isso pode fazer com que a entrega não seja rápida. É preciso avisar ao comprador e deixar bem claro que ele pode demorar para receber o item.

Despreparo do centro de distribuição

O centro de distribuição precisa ter uma infraestrutura bem preparada para suportar o fluxo  de mercadorias. Caso o espaço não esteja adequadamente equipado, com tecnologia eficiente e pessoal treinado, podem surgir obstáculos na execução eficiente do cross docking, comprometendo a operação logística.

Isso é ainda mais importante em datas comemorativas do calendário comercial, por exemplo. Esses eventos costumam ter picos de vendas e uma das exigências dos consumidores é a entrega rápida, algo que pode ser um desafio nesse modelo.

Dificuldade para encontrar bons fornecedores

Encontrar bons fornecedores pode ser um desafio no cross docking, já que o sucesso dessa estratégia depende da colaboração eficiente com parceiros confiáveis. O lojista deve escolher fornecedores que possam entregar produtos de qualidade, cumprir prazos e se adaptar aos rápidos cronogramas dessa abordagem logística. 

Qual a diferença entre cross docking e dropshipping?

A diferença básica entre cross docking e dropshipping está na gestão de estoques. Vamos explicar…

No cross docking, o lojista compra os produtos do fornecedor, envia para um centro de distribuição e, em seguida, o próprio CD é que despacha o pacote para os clientes. Já no dropshipping, o empreendedor compra os itens do fornecedor, mas é este que fica responsável pelos envios.

📤 Se você tem interesse em entender mais sobre dropshipping, indicamos a leitura do artigo: Como trabalhar com dropshipping? Entenda estratégias e boas práticas.

Qual a diferença entre cross docking e transit point?

No cross docking é preciso um grande espaço físico para a estocagem de mercadorias. O transit points, por sua vez, possui instalações para a passagem de produtos, localizadas longe de centros de distribuição. 

Em termos simples, o transit point tem como objetivo atender uma determinada área do mercado e as mercadorias já possuem destinos previamente definidos.

Os itens podem ser enviados imediatamente aos clientes locais, não havendo necessidade de esperar para que isso aconteça. Algo que, na maioria das vezes, o diferencia dos centros de distribuição, os quais os pedidos são atendidos a partir do estoque.

Quais os tipos de cross docking?

Agora que você já tem uma boa visão sobre o que é cross docking, como o modelo logístico funciona e outros pontos importantes, chegou o momento de conhecer os seus tipos. Confira a seguir:

Movimentação contínua

Neste tipo de cross docking, as mercadorias são recebidas e despachadas rapidamente. A ideia é que isso aconteça logo que elas cheguem ao centro de distribuição, para que sigam ao seu destino final o mais rápido possível.

É a modalidade mais tradicional de cross docking, ideal para não causar o acúmulo de produtos no estoque. 

Movimentação híbrida ou consolidada

É quando as mercadorias são separadas após o recebimento, sendo que uma parte é destinada para o cliente final e a outra encaminhada para o estoque. Isso acontece para completar com outros produtos os pedidos feitos pelos clientes.

Movimento de distribuição

Neste tipo de cross docking, o item é recebido e separado para distribuição em cargas FTL (Full Truckload, que significa em português “Carga Completa”). Como permite uma entrega mais ágil, é bastante utilizado pelo setor B2B (Serviço de Empresa para Empresa). 

Ele faz com que uma empresa possa ter à disposição um caminhão inteiro para transportar suas mercadorias.

Quais são os tipos de toque (ou stages)?

Existem dois tipos de toque, também chamado de stages, no cross docking. São eles:

• One-touch (um toque): os produtos são transferidos somente uma vez;
• Two-touches (dois toques): as mercadorias são colocadas em uma área de espera e, em seguida, direcionadas para o veículo de transporte;
• Multiple-touch (toques múltiplos): os itens são recebidos (1º toque), acondicionados (2º toque) e colocados em um caminhão (3º toque).

E quais os tipos de horário no cross docking?

Já os tipos de horário no cross docking são:

• Concentrado: existe um horário pré-definido para os veículos realizarem as entregas do centro de distribuição;
• Disperso: não há horários fixos.

Como funciona o prazo cross docking?

Bastante conhecido no mercado, o chamado “prazo cross docking” nada mais é do que o período de até 72h, em que o centro de distribuição deve despachar as mercadorias ao consumidor final.

Atente-se apenas para o fato de que é comum que haja a cobrança de taxas para estocagem caso esse prazo seja ultrapassado.

Quais produtos são mais adequados ao cross docking?

As mercadorias que chegam ao centro de distribuição prontas para serem enviadas ao consumidor final são as mais adequadas para o cross docking. Por exemplo:

• Itens perecíveis;
• Produtos de alta qualidade que não exigem inspeções de qualidade;
• Mercadorias pré-etiquetadas (com códigos de barras);
• Produto em promoção ou em fase de lançamento;
• Itens básicos de varejo, com demanda alta ou baixa;
• Mercadorias pré-selecionadas ou pré-embaladas de outra fábrica ou armazém.

💡 Tenha sempre em mente que o foco do cross docking é a agilidade.

Como aplicar o cross docking na sua operação?

Depois de tanto conteúdo interessante sobre o tema, nada mais justo do que aprender a como aplicar o cross docking no seu negócio da maneira certa, concorda?

Vamos aos passos:

1. Invista em um bom ERP

Pode ser muito complicado para o fornecedor sempre ter que avisar ao lojista quando um produto está esgotado para que ele possa atualizar o site. 

A melhor forma de resolver esse problema é usando o sistema ERP para fazer a integração automática com o estoque e o seu site.

Dessa forma, quando o fornecedor atualizar no sistema dele que o produto “x” está indisponível, automaticamente a sua loja virtual também é atualizada. Para que não ocorra erros, ter um sistema ERP é fundamental.

⚙️ Aproveite para ler também: ERP e CRM: quais as diferenças e como escolher o melhor para a sua empresa?.

2. Tenha uma equipe bem treinada

Todo negócio precisa contar com colaboradores preparados para lidar com as demandas. Isso não seria diferente no caso do cross docking. 

Por isso, não hesite em contratar profissionais capacitados ou que, no mínimo, estejam dispostos a aprender. Afinal de contas, a implementação do cross docking pode mudar consideravelmente o funcionamento da cadeia de suprimentos.

3. Escolha bem os fornecedores

Independentemente do modelo logístico que você utiliza no seu Ecommerce, saiba que ter bons fornecedores é mais do que necessário. Entretanto, no Cross docking isso acaba ganhando uma importância extra.

Isso porque os fornecedores acabam tendo uma maior responsabilidade e, por isso, precisam ser de confiança. A comunicação com o centro de distribuição precisa ser eficiente e rápida.

Um fornecedor descompromissado pode prejudicar completamente o seu negócio. Ou seja, a sua escolha precisa ser bem feita, com muita pesquisa e com objetivos alinhados. 

4. Esteja preparado para responder ao seu cliente

Por grande parte da operação não estar nas suas mãos no cross docking, erros podem acontecer de uma hora para outra. Por isso, você precisa estar preparado para qualquer questão que possa surgir.

Atraso de entrega, produto errado, indisponibilidade de estoque… Para cada possível problema, é importante ter uma solução pronta.

Ter um atendimento de qualidade, que resolva qualquer questão do cliente, é uma forma de não permitir que ele desista de comprar da sua loja e, de certa forma, também fidelizá-lo. Isso pode até se tornar o seu diferencial.

☎️ Aproveite para ler também: O que é o serviço de atendimento ao consumidor? Entenda conceito e importância.

5. Escolha um centro de distribuição

O centro de distribuição é o espaço intermediário entre o fornecedor e o cliente final. A sua localização é de extrema importância. 

Basicamente, o seu CD precisa estar próximo do fornecedor e em uma área onde se encontra a maioria dos seus clientes. Uma boa opção também é contar com empresas especializadas nesse tipo de serviço, como a Mandaê, por exemplo.

A empresa administra os parceiros logísticos, gerencia as coletas e roteiriza os veículos de acordo com a necessidade dos clientes. Vale a pena conhecer.

6. Faça testes

Por ser um modelo de negócio mais complexo, o cross docking acaba exigindo que você comece com um teste para entender quais produtos dão certo ou não.

Por exemplo, vale a pena ter um pequeno estoque de itens que têm alta demanda porque esses precisam chegar rápido ao cliente. Já os de ticket médio mais alto, que precisam ter uma vistoria e nem sempre são comprados, não tem necessidade de deixá-los empilhados. Utilize o cross docking para facilitar. 

Porém, isso é de negócio para negócio. Faça testes e veja o que você pode começar a vender nesse modelo. E não esqueça de fazer um monitoramento constante dos resultados, a fim de avaliar o que dá certo e o que precisa ser melhorado. 

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Quem empreende sabe o quanto o dia a dia do negócio pode ser desafiador. São inúmeras questões que podem surgir sobre as mais variadas áreas da empresa. 

Mas, independentemente de o seu negócio operar pelo modelo logístico de cross docking ou não, um fato é certo: todo empreendedor precisa de conhecimento para levar o próprio negócio a outro patamar 📈.

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