Como vender roupa infantil? Dicas, fornecedores e mais

Pontos principais do artigo:

• Para vender roupa infantil, o melhor caminho é entender bem seu público e ter bons fornecedores. Nesse artigo, veja dicas de como fazer isso; 

• Para divulgação, vídeos curtos, coleções cápsula e tráfego pago ainda são as melhores alternativa; 

• Vai vender roupa infantil na internet? Veja como encontrar fornecedores em até 30 minutos! 🔍

Se você convive com crianças, já deve ter percebido como elas crescem num piscar de olhos, né?

Aquela roupinha preferida mal foi usada e já ficou pequena. 

É por isso que o mercado de moda infantil está sempre com alta demanda, crescendo em média  6% ao ano. Sozinho, já representa 16% de todo o mercado têxtil no Brasil (Sebrae).

E olha só: a maior parte desse mercado não está nas mãos das grandes marcas. 

Segundo a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), 90% das empresas do ramo são micro e pequenas.

Neste artigo, vamos te mostrar como vender roupa infantil, desde o planejamento até a escolha dos melhores fornecedores.

Vamos? 💙

Vender roupa infantil dá dinheiro?

Sim, o segmento de roupa infantil é um que pode ser muito lucrativo. 

Ainda assim, o sucesso vem sempre atrelado a um bom planejamento e estrutura sólida. 

Não existe método infalível para ganhar dinheiro fácil. ⚠️ 

Dito isso, vamos entender algumas das vantagens de se ter uma loja infantil? 

Esses são alguns dos dados: 

• O mercado de moda infantil no Brasil movimentou mais de 1,1 bilhão de peças em 2024 (IEMI - Inteligência de Mercado); 

• O tamanho do mercado de roupas infantis deve atingir US$ 353,2 milhões até 2029, crescendo 5,35% ao ano. (Mordor Intelligence);

• Moda infantil, sozinha, representa 16% do setor têxtil (Sebrae).

E agora que já vimos os dados, vamos entender um pouco mais o contexto e características deste mercado: 

• Demanda o ano todo: crianças crescem rápido – e precisam de roupa nova o tempo todo;

• Muita variedade: dá pra vender desde camisetas e vestidos até pijamas e acessórios. E com peças diferentes e de qualidade, sua marca pode virar referência;

• Concorrência equilibrada: 90% das empresas do setor de moda são micro e pequenas empresas, o que deixa o jogo mais justo. (Sebrae)

Com tudo isso, dá pra ver que apostar na moda infantil é uma escolha com boas chances de dar certo.

Como vender roupa infantil online?

Agora que você viu como o mercado de moda infantil pode ser promissor, é hora de dar o próximo passo.

E não se preocupe se você está começando do zero ou já tem alguma experiência…

As dicas a seguir vão te ajudar a montar um negócio mais preparado e competitivo.

Reunimos práticas valiosas e orientações de especialistas do próprio mercado de moda para te guiar nessa jornada.

Confira:

1. Estude o seu mercado  

Antes de pensar em nome, Instagram ou fornecedor, você precisa entender o básico: pra quem você quer vender e o que essas pessoas realmente compram. 

E aqui vai um ponto importante: não existe um "mercado infantil genérico". 

Vender roupa para recém-nascido é diferente de vender moda casual para meninas de 10 anos. 

E cada público tem suas particularidades – desde os tamanhos mais procurados até o estilo de estampa que vende melhor. 

Além disso, observar o que já está funcionando na sua cidade ou bairro ajuda muito. 

Faça perguntas estratégicas:

• Quais tamanhos e faixas etárias têm mais procura:
• Tem muita oferta de roupa infantil por aí ou você será uma novidade?
• A galera compra mais no Instagram, WhatsApp ou ainda prefere ver as peças ao vivo?

Essas respostas vão evitar que você comece no escuro. 

E mais: vão te ajudar a montar um estoque certeiro e se comunicar melhor com seu público.

2. Encontre bons fornecedores 

Os fornecedores são o alicerce de qualquer negócio, e no mercado de roupas infantis é igual. 

Mas por onde começar essa busca? Aqui vão algumas dicas: 

• Use variações de termos como “confecção infantil”, “atacado moda bebê”, “fábrica de roupas infantis” nas buscas;

• Não pare na primeira página do Google – os melhores fornecedores, muitas vezes, não estão bem ranqueados. Muitas vezes, são empresas que trabalham no modelo B2B, e por isso investem mais em vendedores representantes do que em sites bonitos;

• Pegue a etiqueta de uma peça infantil que você gostou, veja quem fabricou, anote o CNPJ ou razão social e procure a empresa.

Quer algo mais direto? Vá até onde os fornecedores estão.

Os polos comerciais da região do Brás ou a 25 de Março, por exemplo, são só dois dos mais famosos.

↪️ Nessa lista gratuita de 42 polos de moda você pode conhecer alguns outros.

Também existem outras formas de se conectar presencialmente com fornecedores, como explica Bruno de Oliveira, especialista em Ecommerce: 

E, por último, um aviso final: evite fornecedores que também vendem no varejo sem política clara de preços.

O ideal é escolher empresas que atuem exclusivamente no atacado – ou que ao menos respeitem uma precificação justa entre B2C e B2B. 

3. Comece pequeno e valide rápido

Se você está começando agora no mercado de roupa infantil, o melhor conselho que podemos te dar é: não espere ter tudo perfeito para começar. 

O que você precisa, de verdade, é colocar suas primeiras peças para girar e observar – com atenção! – como o seu público reage.

Começar pequeno é estratégia, não limitação.

Escolha uma mini coleção de 10 ou 20 peças, com foco em um público específico (ex: meninas de 4 a 6 anos, moda casual, ou roupas para o dia a dia).

Tire boas fotos e mapeie as ações que vai tomar para divulgar esses produtos nas redes sociais.

Conforme vai vendendo, estude quais modelos têm mais aceitação, quais estampas parecem fazer mais sucesso. E, com isso, ajuste suas estratégias.

4. Deixe sua loja pronta para vender 

Antes mesmo da primeira venda, é essencial preparar seus canais e sua apresentação para que o cliente confie em você.

Aqui vão pontos essenciais que você precisa ajustar agora:

4.1. Prepare seus canais de contato 

Antes de pensar em anúncios ou tráfego, garanta que as pessoas saibam onde te encontrar e como tirar dúvidas rapidamente. 

Isso inclui ter pelo menos dois canais de contato ativos e organizados: normalmente, o WhatsApp e o Direct do Instagram já são suficientes para começar.

Não esqueça de deixar uma mensagem automática no WhatsApp. Ela serve para orientar o comprador e organizar as demandas do seu time de atendimento. 

Também é uma boa ter mensagens de boas-vindas prontas, organizar catálogos com links fáceis de navegar e atualizar seus destaques do Instagram com o que está disponível. 

4.2. Tenha vídeos na página do produto 

Vídeos na loja virtual são um diferencial cada vez mais decisivo na hora da compra. 

De acordo com estudo da Widde, o Video Commerce pode: 

• Gerar aumento médio de 3 a 4 vezes na taxa de conversão;
• Gerar aumento de 4 a 5 vezes no tempo de retenção no site.

Isso acontece porque vídeos ajudam o cliente a visualizar melhor o produto, entender detalhes e, principalmente, sentir mais segurança para finalizar o pedido.

Esse tipo de recurso já faz parte da interface de grandes marketplaces (como o Mercado Livre Vídeos, por exemplo), mas também está acessível para quem tem sua própria loja online. 

Plataformas como a Nuvemshop permitem integrar ferramentas de vídeo direto na página de produto.

E como explica Letícia Vaz, fundadora da LV Store, esse recurso tem várias vantagens: 

Vídeos não precisam ser produzidos com câmera profissional. 

Um bom celular, luz natural e uma explicação honesta sobre a peça já são suficientes. 

Você pode gravar mostrando a elasticidade da malha, os detalhes do acabamento ou até como combinar a peça com outras.

4.3. Mantenha uma tabela de medidas  

Quem compra roupas para crianças, especialmente pais e mães, têm dúvidas constantes sobre o que vai servir e por quanto tempo.

É comum a frustração com fornecedores que não oferecem tabela de medidas. 

Justamente por isso, quem vende e disponibiliza essa informação com clareza já sai na frente.

Aqui vão duas dicas: 

• Em vez de usar apenas “tamanho 4” ou “tamanho 6”, inclua as medidas reais da peça: comprimento, largura e, se possível, sugestões de idade ou peso médio;

• Se você trabalha com diferentes marcas, padronize a comunicação e sinalize variações quando necessário.

4.4. Invista em boas fotos e descrições 

Quem compra roupa online não pode tocar no tecido, nem ver de perto os detalhes. 

Por isso, a qualidade das fotos e a clareza das descrições têm um impacto direto nas vendas.

Fotos bem feitas valorizam o produto, transmitem profissionalismo e ajudam a responder perguntas que o cliente nem chegou a fazer.

Nas aulas do curso Marketing de Moda, disponível na nossa escola, Letícia Vaz explica como organizar as sessões de fotos para que você tenha o máximo de opções na divulgação: 

Além disso, a descrição também precisa ir além do básico. 

Em vez de apenas repetir “vestido infantil 100% algodão”, adicione informações que realmente ajudem na decisão de compra: 

• Tipo de tecido (é mais leve ou encorpado?);
• Se a peça tem forro;
• Como é o fechamento;
• Se é confortável para brincar;
• Se amassa com facilidade.

Esse cuidado evita dúvidas no atendimento, diminui devoluções e aumenta a confiança de quem visita sua loja.

5. Divulgue seus produtos

Depois de montar sua loja de roupas infantis, chega um passo essencial: colocar ela no radar das pessoas certas. 

A divulgação é o que vai transformar um bom produto em vendas reais – e você não precisa de um investimento grande para começar. 

Veja nossas dicas:

5.1. Aposte em vídeos curtos (Reels/TikTok) 

Vídeos curtos são hoje uma das melhores formas de divulgar sua loja de roupa infantil – especialmente em plataformas como Instagram e TikTok.

O relatório Tendências Video Commerce Brasil 2024, da Widde, revelou que 93% dos consumidores consideram os vídeos fundamentais para a decisão de compra. 

E esse comportamento se reflete diretamente nas redes sociais.

Um estudo da Adyen apontou que 52% dos consumidores têm suas escolhas influenciadas por conteúdos nessas plataformas.

O que performa bem vai depender do seu público, mas aqui vão algumas ideias para testar logo de cara: 

• Apresentação da peça;
• Look montado, com sugestões de uso;
• Mostre como embala os pedidos;
• Dê dicas de cuidados com as roupas;
• Explique tendências da estação;
• Faça comparativos de tamanho.

5.2. Crie coleções sazonais ou cápsulas

Organizar suas peças em coleções sazonais ou cápsulas é uma forma de valorizar seus produtos e facilitar a divulgação. 

Em vez de postar itens soltos, você cria conjuntos com tema, cor ou ocasião.

No mercado infantil, isso faz ainda mais sentido, já que os pais estão sempre comprando roupas para diferentes fases e momentos: volta às aulas, troca de estação, festas e viagens.

Aqui vão algumas ideias práticas:

• Coleção “Volta às aulas”: looks confortáveis e versáteis para o dia a dia escolar;

• Coleção “Férias de verão”: peças leves, com proteção UV ou tecidos mais frescos;

• Coleção “Mini festa”: roupas infantis estilosas para aniversários e eventos;

• Coleção “Família combinando”: peças com a mesma estampa ou paleta para adultos.

5.3. Use tráfego pago

Muita gente que está começando a vender roupa infantil acredita que só dá para investir em anúncios quando o negócio já estiver grande. 

Mas, na prática, começar com tráfego pago, mesmo com um orçamento pequeno, é uma excelente forma de  acelerar seus primeiros resultados.

Você pode, por exemplo, promover os vídeos curtos de maior sucesso, ou um carrossel de looks que teve bastante engajamento. 

Comece com públicos locais ou segmentações como “pais com filhos pequenos” e vá testando o que gera mais engajamento.

Qual tamanho de roupa infantil vende mais?

No geral, os tamanhos intermediários costumam ter mais saída.

Na linha baby, por exemplo, os tamanhos M e G são os mais procurados. 

Isso porque nessa fase o crescimento do bebê é um pouco mais estável, o que faz os pais preferirem peças que durem um pouquinho mais.

Mas isso pode variar bastante dependendo do seu público.

Se você vende para recém-nascidos, vale investir mais nos tamanhos RN e P.

Já se o foco são crianças maiores, como entre 4 e 10 anos, os tamanhos médios continuam sendo a melhor aposta.

📌 Dica: acompanhe de perto os tamanhos que mais saem na sua loja. Isso vai te ajudar a repor as peças certas e evitar perder vendas por falta de estoque. 

Qual a margem de lucro para roupa infantil?

No varejo de moda infantil, a margem de lucro costuma ficar entre 50% e 70%, mas esse número pode variar bastante dependendo do:

• Tipo de peça;
• Perfil da sua loja;
• Estratégia de precificação que você adota.

Mas mais importante do que seguir uma porcentagem padrão é conhecer bem os seus custos. 

Ou seja, quanto você paga por cada peça, quanto gasta com embalagem, frete, taxas de plataforma e divulgação. 

Só com essa visão completa é possível definir um preço que seja competitivo e ainda gere lucro real.

Também vale acompanhar como seu público responde aos preços: 

• Em alguns casos, trabalhar com uma margem menor pode ajudar a girar o estoque mais rápido;

• Em outros, vale manter um posicionamento mais premium e focar no valor percebido do produto.

10 ideias de produtos para loja de roupa infantil 

Montar o estoque de uma loja de roupa infantil exige mais do que escolher peças bonitas. 

É preciso pensar no que realmente faz sentido para o seu público, que não necessariamente são as crianças, mas sim os adultos que tomam a decisão de compra.

Veja alguns tipos de produtos que costumam ter boa saída em lojas de moda infantil:

• Camisetas infantis: peças básicas e versáteis, com estampas divertidas, personagens ou padrões coloridos. Sempre têm boa saída;

• Vestidos: desde modelos casuais até opções para festas, são peças-chave no guarda-roupa das meninas. Vale variar nas cores e estilos;

• Bermudas e shorts: ideais para dias quentes, em tecidos como jeans, sarja ou malha. São confortáveis e fáceis de combinar;

• Conjuntos: práticos e econômicos, combinam peças como camiseta e short ou blusa e calça. Facilitam na hora de vestir e vendem bem como look completo;

• Macacões: estilosos e funcionais, especialmente para bebês e crianças pequenas. Podem ser em algodão, jeans ou malha;

• Pijamas: conforto é o principal aqui. Modelos leves, com estampas infantis, ajudam a garantir uma boa noite de sono;

• Calçados: essenciais para completar o look com conforto e segurança. Tênis, sandálias, sapatinhos e botas são os mais comuns;

• Acessórios: bonés, laços, tiaras, cintos e meias ajudam a dar personalidade aos looks e valorizam as combinações;

• Casacos e jaquetas: indispensáveis para os dias frios. Aposte em modelos quentinhos, fáceis de vestir e com bom caimento;

• Roupas de banho: maiôs, sungas e biquínis são procurados em períodos de calor e férias. Estampas infantis e proteção UV são diferenciais.

👉 Aproveite para ler também: 10 ideias criativas para loja infantil online.

Qual o valor de investimento para abrir uma loja de roupa infantil?

O investimento inicial para montar uma loja virtual de roupa infantil pode variar entre R$ 3 mil e R$ 9 mil, dependendo de alguns fatores. 

Esse valor inclui desde a formalização da empresa até o primeiro estoque, passando por identidade visual, plataforma de Ecommerce, certificações e marketing.

Veja os principais custos envolvidos:

• Abertura da empresa: é possível começar como MEI, com formalização gratuita e taxa mensal fixa. Para quem opta por ME, o custo inicial fica em torno de R$ 1 mil;
  
• Registro de domínio: cerca de R$ 40 por ano para garantir um endereço próprio para a loja;
  
• Identidade visual: criação de logo, cores e elementos gráficos, com valores entre R$ 500 e R$ 2 mil;
  
• Certificado digital: necessário para emissão de nota fiscal, com custo médio de R$ 200 ao ano;
  
• Contabilidade: entre R$ 250 e R$ 450 por mês, de acordo com o porte da empresa;

• Plataforma de Ecommerce: existem opções gratuitas, mas os planos pagos começam a partir de R$ 64 por mês;
  
• Sistema de gestão (ERP): ferramentas completas com planos a partir de R$ 55 por mês;
  
• Estoque inicial: no segmento infantil, recomenda-se investir entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, priorizando peças com alta saída.
  
• Marketing digital: pode ser iniciado com baixo orçamento, principalmente em redes sociais e tráfego pago segmentado.

↪️ Para entender com mais detalhes, sugerimos que leia: Quanto custa uma loja virtual? 

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