A DFC é um relatório contábil importante em que constam todos os recursos financeiros que um negócio obteve durante um período e como eles foram utilizados na prática. Apesar de sua relevância, muitas pessoas sentem dúvida na hora de aplicar corretamente esse documento no dia a dia. 

Pelo menos uma vez por ano, os empresários e gestores encaram a necessidade de fazer a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) de suas empresas, não é verdade?

Contudo, mesmo sendo uma atividade de rotina, a elaboração desse documento gera dúvidas até nos mais entendidos sobre o  assunto… 

Ao longo deste artigo, nós vamos explicar o que é uma DFC de contabilidade, quais são as suas vantagens, como fazer uma e muito mais

Vamos começar?

O que é DFC?

DFC, ou Demonstração de Fluxo de Caixa, é um documento contábil imprescindível para entender como está a saúde financeira de um negócio

É ela que dá aos empreendedores ou gestores da área de finanças uma análise financeira da empresa em um determinado período. Nela, devem constar todas as entradas e saídas de dinheiro do caixa do negócio e os respectivos resultados obtidos a partir dessa movimentação.

Com a Lei n. 11.638/2007, a DFC passou a ser obrigatória para todas as empresas que têm um patrimônio líquido maior que R$ 2 milhões e também para as que possuem capital aberto. Ou seja, aquelas que vendem suas ações na Bolsa de Valores. 

O documento é de extrema importância para a contabilidade de um negócio. E, assim como o DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), a DFC também precisa ser inserida no balanço patrimonial.

Para que serve a DFC?

A utilidade da DFC vai além da possibilidade de o empresário acompanhar de maneira básica  a área financeira de sua empresa. Essa Demonstração de Fluxo de Caixa ajuda a evitar fraudes, cortar ou prevenir excesso de gastos, etc

Na prática, a DFC faz parte de um conjunto de relatórios contábeis que precisam ser executados, pelo menos, uma vez por ano. Se a empresa for de capital aberto, por exemplo, essa indicação passa a valer a cada três meses.

Assim, munido de todas as informações que precisa, o empreendedor consegue ter mais controle sobre suas operações e também desfrutar de alguns benefícios importantes. Mas vamos falar deles mais adiante neste artigo… Continue a leitura!

Qual a diferença entre DFC x DRE?

A principal diferença entre DFC e DRE é o tipo de registro contábil. Como vimos, o DFC conta com registros de entradas e saídas no caixa da empresa. Já o DRE, apresenta um conjunto de registros de custos, como deduções e abatimentos, receita líquida, custos de venda, etc. 

Dessa forma, enquanto a Demonstração de Fluxo de Caixa garante ao gestor maior precisão quanto a todos os recursos que entram, saem e estão disponíveis em caixa, a Demonstração do Resultado do Exercício mostra o resultado líquido da empresa. Ou seja, indica se ela teve prejuízos ou lucros.

Bem interessante, não é verdade?

É importante salientar que esses documentos se complementam e não substituem um ao outro. Inclusive, se você quiser saber mais sobre o DRE, vale a pena conferir o artigo: Modelo de DRE: o que é, para que serve, como fazer [+ planilha gratuita]

Como é a estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa?

A Demonstração de Fluxo de Caixa possui uma estrutura para seu desenvolvimento, que é estabelecida a partir de normas contábeis.

Essas regras, na verdade, estão definidas no Pronunciamento Técnico CPC 03, mas vamos apresentar uma relação de itens para facilitar a compreensão sobre o assunto. 

Vaja só:  

Atividades operacionais 

Na estrutura da DFC, as atividades operacionais são aquelas referentes aos custos e despesas necessários para que a atividade da empresa seja realizada. Isto é, são as iniciativas que geram receita para o negócio

Entre as principais atividades operacionais, estão:

  • Custos de produção;
  • Contas a pagar e a receber;
  • Receita oriunda de pagamentos feitos pelos clientes;
  • Tributos;
  • E mais. 

Atividades de investimento

Já as atividades de investimento englobam os gastos ligados à compra de ativos. Ou seja, são patrimônios de longo prazo que podem gerar lucro futuramente

As principais atividades de investimento são:

  • Investimentos financeiros;
  • Compra de bens, como automóveis, imóveis, etc;
  • Mobiliário;
  • Entre outros.

Aproveite para ler também: Como investir dinheiro com CNPJ e aumentar o caixa do seu negócio

Atividades de financiamento

As atividades de financiamento, por fim, abrangem toda a captação de recursos feita pela empresa. Isto é, são aquelas em que o negócio usa recursos emprestados de terceiros.

E as principais atividades de financiamento são:

  • Financiamentos;
  • Empréstimos;
  • Emissão de novas ações;
  • Recompra de papéis.

Quais são as vantagens da DFC?

Depois de entender o que é, além de outros pontos importantes, chegou o momento de você conhecer as vantagens da DFC para o seu negócio

Cada um dos itens que vamos listar a seguir pode impactar ou não o seu negócio. Cabe a você fazer uma análise do que faz sentido para o desenvolvimento da sua empresa. 

Confira abaixo: 

Amplo conhecimento sobre o histórico da empresa

A partir do momento em que você aplica a DFC, o desconhecimento das informações contábeis da sua empresa fica no passado…

Inclusive, os dados contidos no documento auxiliam gestores a comparar os resultados atuais com outros obtidos anteriormente

Assim, fica mais fácil ter uma visão sobre o desempenho da empresa como um todo. 

Tomada de decisão baseada em dados

Este tópico está diretamente ligado ao anterior, pois, ao ter um vasto conhecimento sobre o histórico da empresa, você consegue tomar decisões a partir de dados. 

Independentemente de você atuar no Ecommerce ou não, a tomada de decisão com base em dados é fundamental para alcançar bons resultados… 

Os seus concorrentes certamente trabalham dessa maneira e você deveria fazer o mesmo. E a boa notícia é que a Demonstração de Fluxo de Caixa pode te ajudar nisso, não é mesmo?

Identificação de possíveis fraudes contábeis

Infelizmente, os negócios correm o risco de sofrerem com roubos e fraudes. Uma maneira de combater esse tipo de prática dentro do seu negócio é acompanhar as finanças de perto e, claro, usar o modelo DFC.

Isso é importante porque esse tipo de prática pode causar danos substanciais à saúde financeira da sua empresa. Em alguns casos, os estragos são tão grandes que muitas chegam a declarar falência. 

Evite isso ao máximo!

Previsibilidade de faturamento

A partir do momento que você mantém as entradas e saídas, além de outras contas, devidamente organizadas, fica mais fácil prever o faturamento do seu negócio. 

Não é à toa que essa é uma das grandes vantagens da DFC, já que o documento analisa as atividades operacionais, de investimento e de financiamento de uma empresa. 

Comprovação de credibilidade para investidores

É comum que investidores queiram analisar como estão as finanças da empresa e um dos melhores documentos para isso é a Demonstração de Fluxo de Caixa. 

Talvez neste momento você ainda não conte com investidores no seu negócio e não há nenhum problema nisso…

Mas se esta for a sua vontade para o futuro, organize-se para fornecer todas as informações necessárias para essas pessoas. Elas serão importantes para o crescimento e fortalecimento do seu negócio no mercado. 

Quais contas entram na DFC?

A Demonstração e Fluxo de Caixa abrange todas as contas a serem pagas e recebidas pela empresa durante um determinado período. 

No que diz respeito às contas a pagar, há as vendas feitas à vista, descontos, antecipações, recebimento de duplicatas e de aluguéis e por aí vai… 

Já em relação aos itens recebíveis, a DFC engloba vendas, valores de sócios, empréstimos,  saldo de investimentos, cheques à vista, cheques pré-datados, etc. 

Ou seja, as contas que entram na DFC de um negócio são aquelas que representam atividades operacionais, de investimento e de financiamento, como vimos anteriormente. 

Métodos para fazer uma DFC

Existem alguns métodos para fazer uma DFC e você deve conhecê-los para definir qual faz mais sentido nas operações do seu negócio. 

Logo de cara, podemos adiantar que nenhum deles é um bicho de sete cabeças, na verdade, são modelos mais simples do que você imagina. 

Veja abaixo:

DFC Metodo Direto

A DFC método direto tem como base as entradas e saídas brutas de recursos, como os recebimentos por parte de clientes e pagamento de fornecedores, despesas, etc. 

Na prática, seus registros podem ser feitos em uma frequência diária, semanal ou mensal, cabendo ao gestor decidir qual mais se adequa às necessidades do negócio.

Por fim, no método direto de DFC não entram pagamentos feitos à prestação, apenas o realizados à vista.

DFC Método Indireto

Já a DFC método indireto pondera sobre o ajuste do lucro líquido e as variações das contas patrimoniais da empresa que estão atreladas ao DRE.

Ou seja, são considerados os valores de estoque e abastecimento da empresa, como contas a pagar e receber, por exemplo. 

Vale a pena ter atenção apenas ao fato que, no modo indireto de DFC, há inicialmente o foco no lucro operacional, mas podem existir mais despesas e receitas que não foram computadas no caixa. A depreciação e a amortização são alguns exemplos disso. 

Como fazer uma DFC?

Agora que você já tem uma boa base sobre o que é, quais métodos existentes e outros pontos, vamos te ensinar como fazer uma DFC de fato. Confira os tópicos a seguir:

1. Organize as informações financeiras da sua empresa

Não dá para inserir as informações necessárias na Demonstração de Fluxo de Caixa se você não souber quais são elas ou onde as obter. 

Por isso, é imprescindível manter a área financeira do seu negócio em dia. É a partir disso que você conseguirá organizar mais facilmente os dados que vão compor a sua DFC. 

Para te ajudar nisso, inclusive, temos uma dica de ouro: a Jornada Mestre das Finanças, disponível na plataforma Ecommerce na Prática! Nela, você vai aprender como estruturar a vida financeira da sua empresa, além de aprender como criar processos financeiros eficientes e muito mais. Para conhecer a jornada, clique aqui.

2. Identifique os investimentos e financiamentos

Toda empresa, em algum momento, precisa contar com bons investimentos e, algumas vezes, com financiamentos. 

Contudo, pensando em como fazer uma DFC, é preciso identificar todas as informações referentes a isso para que o seu documento fique o mais completo possível.

Caso você tenha dificuldade em obter dados mais específicos, não deixe de solicitar isso ao colaborador responsável, combinado? 

3. Escolha o método de DFC que vai usar

Como vimos, existem dois métodos de DFC que você pode utilizar na sua empresa: o direto e o indireto. 

Faça uma análise sobre como cada um deles funciona, faça testes e, se achar necessário, volte à explicação que demos anteriormente para cada um desses modelos. 

É importante escolher qual mais se encaixa na sua empresa, pois é desse relatório que resultarão os lucros, os prejuízos e demais informações financeiras do seu negócio.

4. Analise todos os lançamentos

Inseriu todos os números, dados e percentuais que queria em sua Demonstração de Fluxo de Caixa? Ótimo! Mas o trabalho ainda não acabou… 

O foco agora é analisar todos os lançamentos feitos na sua DFC. Revise cada detalhe para se certificar de que não deixou nenhuma informação importante de fora

Além disso, aproveite para verificar o saldo disponível em caixa após fazer a soma das receitas, subtraindo as despesas. O resultado disso te dará uma base de quais movimentos poderão ser feitos para o crescimento do negócios a curto, médio e longo prazo.

Como analisar a DFC?

A análise da DFC pode ser feita a partir de um comparativo entre os meses do ano ou com base no que era esperado e o que foi obtido, por exemplo. 

Em ambos os casos, ou até mesmo em outros que julgar válidos, você deve fazer a análise da Demonstração de Fluxo de Caixa a partir da seguinte equação:

Receitas – Despesas = Fluxo de caixa

Dessa forma, nota-se que analisar uma DFC é relativamente mais simples do que de um DRE. Afinal de contas, a Demonstração de Fluxo de Caixa usa o regime de caixa, apresentando somente as movimentações que já ocorreram, ou seja, o dinheiro que foi pago ou recebido pela empresa.

Por que a DFC é tão importante?

A DFC é importante porque contribui diretamente para o bom controle das finanças de uma empresa. Ela está diretamente ligada aos recursos financeiros, fatores cruciais para viabilizar ou não o pleno funcionamento e evolução do negócio. 

Na verdade, a DFC ocupa um lugar importante entre os relatórios contábeis que impactam diretamente o monitoramento dos resultados de uma empresa. Ou seja, ela é tão importante quanto o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), por exemplo. 

Ao longo deste artigo, você aprendeu o que precisava sobre a Demonstração de Fluxo de Caixa, não é verdade? Que tal, agora, dominar tudo a respeito do DRE?

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Só assim você poderá começar a aplicar o modelo de DRE hoje mesmo no seu negócio! Basta clicar no botão abaixo para fazer o download gratuito:

Perguntas Frequentes

O que é DFC?

DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) é um documento contábil imprescindível para entender como está a saúde financeira do negócio. Nele, devem constar todas as entradas e saídas de dinheiro do caixa do negócio e os respectivos resultados obtidos a partir dessa movimentação.

Quais contas entram na DFC?

A Demonstração e Fluxo de Caixa abrangem todas as contas a serem pagas e recebidas pela empresa durante um determinado período. Ou seja, as contas que representam atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

Qual é a estrutura do DFC?

A estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa é dividida em três atividades: operacionais, de investimento e de financiamento.

Como se faz uma DFC?

Para fazer uma DFC você precisa: 1. Organizar as informações financeiras da sua empresa; 2. Identificar os investimentos e os financiamentos; 3. Escolher o método DFC que vai usar; 4. Analisar todos os lançamentos.