Pontos principais do artigo:

  • A reforma tributária no Ecommerce une 5 impostos no IVA Dual e muda a regra do jogo: o desconto do tributo acontece na hora da venda;
  • O imposto agora fica no estado do seu cliente e sai direto do pagamento. É o fim da guerra fiscal e exige mais caixa na loja;
  • Não deixe a reforma tributária travar seu negócio. Seja aluno do Ecommerce na Prática e tenha o suporte para profissionalizar sua gestão. 💙

A reforma tributária no Ecommerce deixou de ser promessa e virou realidade com data marcada.

O ano de 2026 inicia uma fase nova para quem vende online.

Ela traz algumas mudanças importantes. As regras de preço e fluxo de caixa, por exemplo, vão mudar. 

Mas você não deve encarar esse movimento com medo

Encare isso como a chance de organizar a casa e deixar seu negócio mais profissional.

Vamos entender o que fazer hoje para crescer com segurança?

O que muda com a reforma tributária no Ecommerce?

A reforma mexe no seu caixa e na precificação. Cinco impostos viram dois e a cobrança muda de lugar. 

Parece muita coisa? Vamos simplificar o que impacta sua loja agora:

5 tributos antigos dão lugar ao IVA Dual (CBS e IBS)

O sistema tributário que a gente usa hoje é cheio de regras confusas. 

A reforma vem para simplificar isso e troca cinco impostos antigos por apenas dois novos.

Eles formam o que o mercado chama de IVA Dual

Essa mudança divide a cobrança em duas partes principais:

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): é federal e substitui o PIS, a COFINS e o IPI;
  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): fica com estados e municípios para substituir o ICMS e o ISS.

O governo para de separar o que é produto físico do que é serviço. Tudo agora segue a mesma regra de tributação. 

Isso acaba com aquela dúvida se você vende mercadoria ou presta serviço na hora de pagar imposto.

Vale lembrar que o IPI cai para zero a partir de 2027

A soma dessas duas novas taxas deve ficar entre 26,5% e 28%. 

Parece alto, mas incide apenas sobre o valor que você adiciona ao produto na venda.

↪️ Leia também: O que é pró-labore? Entenda importância e como calcular.

Split Payment desconta o imposto no momento da venda

Muitos lojistas usam o dinheiro do imposto para girar o estoque antes de pagar a guia no mês seguinte. 

O Split Payment acaba com essa prática.

Agora, o banco ou a plataforma de pagamento divide o dinheiro no momento exato em que o cliente paga.

Funciona assim: 

  • Se você vende um produto por R$ 100 e o imposto total é R$ 25, o sistema separa esses valores automaticamente;
  • O governo recebe a parte dele na hora e você recebe apenas os 75 reais restantes na sua conta.

Isso vale para vendas no cartão de crédito, débito, Pix e até carteiras digitais.

O lado bom é que você não precisa mais se preocupar em guardar dinheiro para pagar o boleto do imposto depois. 

O risco de gastar o valor do tributo por engano desaparece.

Mas atenção ao seu caixa!

Você vai receber o valor líquido imediatamente. Isso exige um ajuste nas suas contas para manter a operação saudável. 

Se você paga fornecedores a prazo e contava com esse dinheiro cheio na entrada, precisa rever seu planejamento financeiro hoje mesmo. 

A tributação no destino acaba com a guerra fiscal 

Antes, quando você vendia para outro estado, o imposto se dividia ou ficava na origem. A reforma muda essa lógica. 

Todo o valor do imposto vai para o estado onde o seu cliente mora. Chamamos isso de tributação no destino.

Sabe aquelas empresas que abriam filiais em estados distantes só para pagar menos tributo? Essa vantagem acaba agora. 

Os estados brigavam para atrair negócios com incentivos fiscais, mas essa disputa perde o sentido.

O dinheiro do imposto não fica mais com quem produz ou vende.

Veja o que isso causa na prática:

  • A competição fica mais justa, pois todos seguem a mesma regra, não importa onde fica a sede da loja;
  • Seu sistema de vendas precisa calcular o imposto certo para cada um dos 27 estados do Brasil;
  • A estratégia de montar operação longe apenas para ganhar desconto fiscal deixa de funcionar.

Responsabilidade solidária nos marketplaces 

Quem vende no Mercado Livre, Shopee ou Amazon precisa ficar atento. 

A reforma diz que essas plataformas agora respondem junto com você pelo pagamento dos impostos. 

Isso significa que, se o vendedor não pagar o que deve, a conta sobra para o marketplace.

É óbvio que eles não vão querer assumir esse prejuízo. 

Por isso, a fiscalização interna vai ficar muito mais rigorosa para evitar qualquer risco de passivo tributário.

Veja o que acontece na prática:

  • As plataformas vão aumentar o controle sobre cada vendedor;
  • Eles vão exigir documentos fiscais com muito mais rigor e bloquear quem não emite nota corretamente;
  • Haverá cruzamento de dados para encontrar erros ou irregularidades nas suas vendas;
  • Qualquer falha pode resultar no bloqueio da sua conta e na retenção dos seus valores.

Se você vende nesses canais, precisa estar 100% regularizado

Aquela história de vender sem nota fiscal acabou de vez nesses ambientes.

↪️ Leia também: O que é o Meta Pay e como usar para receber dinheiro? 

Imposto Seletivo (IS) torna produtos nocivos mais caros 

Você já deve ter ouvido falar no "Imposto do Pecado". 

O nome técnico dele é Imposto Seletivo e ele chega para taxar produtos que fazem mal para a saúde ou para o meio ambiente.

A lista de alvos inclui cigarros, bebidas alcoólicas e alimentos com muito açúcar. Até jogos de apostas entram nessa conta.

A regra é clara: esses itens vão ter uma alíquota maior do que os produtos comuns. 

O governo quer diminuir o consumo, então o preço vai subir tanto para você quanto para o cliente final.

Se você atua nesse nicho, precisa revisar sua precificação com cuidado. 

O custo da mercadoria vai aumentar e isso pode apertar sua margem se você não fizer as contas certas.

Checklist de sobrevivência da reforma tributária

Muita gente acha que pode esperar a transição acabar para arrumar a casa. Esse é o maior erro que você pode cometer.

A adaptação começa agora e exige cuidado com detalhes que passam despercebidos no dia a dia.

Preparamos uma lista com as ações obrigatórias para você passar por essa mudança com segurança.

1. Revise o cadastro e o NCM de todos os seus produtos

Cada produto que você vende tem uma identidade fiscal chamada Nomenclatura Comum do Mercosul, ou NCM.

É esse código que diz ao governo qual alíquota aplicar naquela venda.

Se você usa o código errado, pode pagar imposto a mais sem necessidade. 

Isso acontece muito quando o lojista não sabe que tem direito a isenção ou redução de alíquota.

Vários itens de saúde e alimentos terão benefícios claros na nova regra. 

Mas o sistema só entende isso se o cadastro estiver correto. Por isso, faça um pente fino no seu catálogo agora. 

Verifique se a descrição fiscal combina com o NCM que você usa. 

2. Atualize seu sistema para calcular os novos impostos

Se o seu sistema não estiver pronto para as novas regras, você simplesmente não consegue emitir nota fiscal.

Sem nota, por exemplo, você não vende. É um bloqueio total na sua operação.

Assim, seu ERP precisa calcular o CBS e o IBS de forma automática

Mas a tecnologia sozinha não resolve tudo se o cadastro estiver ruim.

Como o imposto agora pertence ao estado de destino, o endereço do seu cliente define quanto você paga. 

Um CEP errado ou desatualizado faz o sistema aplicar a alíquota do estado incorreto.

Isso gera dois problemas: 

  1. Você paga para o estado errado (e continua devendo para o certo);
  2. E ainda sofre multas.

Configure seu checkout e seu ERP para validar o endereço de entrega com precisão absoluta. 

O CEP do cliente nunca foi tão importante para a sua margem de lucro.

↪️ Leia também: Quanto custa uma loja virtual? Veja dados e dicas. 

3. Refaça sua precificação e prepare o caixa para o Split Payment

Como já explicamos, com o Split Payment você não recebe mais o valor cheio da venda para pagar o imposto só no mês seguinte.

O sistema já desconta a parte do governo na hora que o cliente paga. 

Na sua conta, cai apenas o valor líquido.

Isso quer dizer que, pelo menos durante a adaptação, você vai precisar de mais dinheiro em caixa para manter a roda girando.

Por isso, pegue sua planilha de preços agora. Não tente apenas somar uma porcentagem geral em tudo.

Calcule o custo real de cada produto e categoria. Considere o desconto imediato do imposto e os créditos que você pode usar. 

4. Monitore seus fornecedores para não perder créditos tributários

O governo permite usar o imposto da compra como crédito para abater o que você deve na venda. 

Mas existe uma pegadinha técnica chamada "crédito condicionado".

Não basta o fornecedor emitir a nota fiscal certa. O sistema do governo vai checar se ele realmente pagou a guia do imposto dele.

Se o seu fornecedor ficar inadimplente e não pagar o governo, você perde o direito de usar aquele crédito. 

Ou seja: a dívida dele vira um custo para você.

Isso exige que você selecione parceiros com rigor total.

Comprar de fornecedores desorganizados ou que vivem no "jeitinho" agora representa um risco financeiro direto para o seu caixa

5. Tenha uma contabilidade especializada em Ecommerce e Lucro Real

Quem vende pelo Simples Nacional precisa de atenção redobrada. O alerta principal é para quem vende para outras empresas (B2B).

No novo sistema, empresas do Lucro Real geram um crédito de imposto cheio (perto de 26,5%) para quem compra delas. 

Já quem é do Simples gera um crédito muito menor.

Isso cria um problema comercial: o seu produto fica "mais caro" para o revendedor na ponta do lápis, pois ele recupera menos imposto comprando de você.

Para não perder esses clientes, converse com seu contador. 

A nova regra permite pagar o IBS e a CBS "por fora" da guia única

Essa estratégia garante que você transfira o crédito integral e continue competitivo no mercado B2B.

↪️ Leia também: Como emitir a GNRE e garantir a regularidade fiscal do seu negócio. 

Cronograma de transição da Reforma tributária no Ecommerce

A transição não acontece de uma vez só. O governo desenhou uma agenda longa para o mercado se adaptar aos poucos.

Veja as datas que mexem com o seu negócio:

  • 2026 (Começa agora): inicia a fase de testes. Você já deve emitir notas com as taxas de 0,9% para CBS e 0,1% para IBS. O valor é baixo para não pesar no bolso, mas obriga seu sistema a funcionar do jeito novo;
  • 2027 (A virada federal): o PIS e a COFINS deixam de existir. A nova contribuição federal (CBS) entra em vigor com a alíquota cheia;
  • 2029 a 2032 (A troca gradual): começa a substituição dos impostos estaduais e municipais. A cada ano, o ICMS e o ISS diminuem um pouco e o novo IBS aumenta na mesma proporção;
  • 2033 (O novo normal): o sistema antigo some do mapa. O ICMS e o ISS acabam e o novo modelo opera com 100% da capacidade.

⚠️ Não espere o fim do prazo para se mexer. Cada ano traz uma mudança que afeta seu caixa e sua operação.

Blinde sua loja e viva de Ecommerce

A Reforma Tributária acabou com o amadorismo. 

Para ter um negócio lucrativo e seguro em 2026, você precisa de gestão profissional agora. 

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Perguntas Frequentes

O Simples Nacional vai acabar com a reforma?

Não, o regime continua, mas a regra de créditos muda para vendas B2B. Avalie com seu contador se vale migrar para um modelo híbrido e manter a competitividade.

Quando as mudanças começam a valer?

A fase de testes já iniciou em janeiro de 2026 com taxas reduzidas. A virada dos impostos federais ocorre em 2027 e a transição completa do sistema vai até 2033.

O que muda para quem vende em marketplace?

As plataformas agora respondem pelo seu imposto se você não pagar. A fiscalização será total: sem nota fiscal correta, sua conta pode ser bloqueada para evitar multas.

O que é o Split Payment e como ele afeta meu caixa?

É a retenção automática do imposto no momento da venda. Você recebe só o valor líquido, o que exige rever seu capital de giro e os prazos de pagamento aos fornecedores.