Capital de giro é o dinheiro necessário para manter a operação diária da empresa, cobrindo despesas como fornecedores e salários. Ele é calculado subtraindo as dívidas do dinheiro em caixa e contas a receber. Para aprender tudo sobre o assunto, continue lendo… 


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Gerenciar um negócio é uma atividade multidisciplinar, mas uma das áreas que mais requerem a atenção do empreendedor é a financeira. 

E, dentro desse contexto, o capital de giro surge como um dos tópicos que mais causam dúvidas entre empreendedores. 

Não entender o verdadeiro papel dessa reserva pode gerar problemas graves para a saúde financeira da sua empresa. Então, quer entender o que é capital de giro e como calculá-lo? Este artigo vai te ajudar.

Boa leitura!

O que é o capital de giro?

Capital de giro é o dinheiro que uma empresa tem disponível para tocar suas atividades do dia a dia. É como o "fôlego financeiro" que a mantém em pleno funcionamento, permitindo o pagamento de contas, salários e a compra de materiais ou estoque necessário para sua operação. 

No início dos negócios, o capital de giro serve para que a empresa consiga funcionar nos primeiros meses sem intercorrências. 

Contudo, ele é necessário em qualquer etapa do empreendimento. Afinal de contas, todas as empresas estão suscetíveis a eventuais problemas que possam afetar seus fluxos de caixa.

Dessa forma, o capital de giro é o dinheiro disponível para garantir a continuidade das atividades empresariais, sem depender de fontes externas. Ter um capital de giro saudável é essencial para a estabilidade financeira de qualquer negócio.

🤝 Leia também: Saiba quanto custa um funcionário para a empresa

Qual é a importância do capital de giro?

O capital de giro é importante para assegurar a estabilidade financeira da empresa e sua capacidade de enfrentar imprevistos.

Se imaginarmos um negócio como um carro, por exemplo, o capital de giro seria o dinheiro disponível para cobrir os gastos básicos, como gasolina, óleo e manutenção.

É como se ele fosse o "combustível" que mantém o motor de uma empresa funcionando. 

Não é à toa que, caso uma empresa não tenha capital de giro suficiente, ela pode enfrentar dificuldades para arcar com gastos importantes para seu funcionamento. E a principal consequência disso é a pausa das operações ou, em um pior cenário, o encerramento. 

Como calcular o capital de giro? 

Calcular o capital de giro envolve uma fórmula básica que subtrai os passivos circulantes (o que a empresa precisa pagar em curto prazo) dos ativos circulantes (o que a empresa possui ou espera receber em curto prazo). 

Capital de Giro = Ativos Circulantes − Passivos Circulantes

Ressaltando que por ativos circulantes entendemos:

  • Dinheiro em caixa: o dinheiro que a empresa tem disponível imediatamente;
  • Contas a receber: dinheiro que a empresa espera receber de clientes;
  • Estoque: valor dos produtos ou materiais em estoque;
  • Dentre outros.

E por passivos circulantes entendemos:

  • Contas a pagar: o que a empresa deve a fornecedores e outros credores;
  • Empréstimos de curto prazo: dívidas que precisam ser pagas em um curto período;
  • Dentre outros.

Vamos dar um exemplo…

Se os ativos circulantes somam R$ 100.000 e os passivos circulantes somam R$ 70.000, o cálculo seria:

Capital de Giro = R$100.000 − R$70.000 = R$30.000

Neste caso, a empresa teria um capital de giro de R$30.000, o que é um indicativo positivo, pois significa que tem mais recursos disponíveis do que dívidas a pagar em curto prazo.

Essa fórmula fornece uma visão rápida da saúde financeira da empresa e de sua capacidade de cobrir suas obrigações diárias. Vale lembrar que o capital de giro ideal pode variar entre segmentos e modelos de negócios.

Qual a diferença entre capital social e capital de giro?

O capital social é o dinheiro investido pelos sócios no começo do negócio para o cumprimento de despesas legais, compra de equipamentos, etc. Já o capital de giro é o dinheiro utilizado para manter as operações cotidianas, como pagamento de salários, contas e a compra de estoque. 

Assim, podemos dizer que enquanto o capital social é mais direcionado para investimentos duradouros, o capital de giro está focado em garantir que a empresa tenha recursos para lidar com suas despesas diárias e manter um fluxo de operações saudável. 

Ou seja, o capital social constrói a base, enquanto o capital de giro mantém a empresa em movimento. Falamos mais sobre isso no artigo: O que é capital social e como definir esse valor para a sua empresa? 🪙 

Qual a diferença entre capital de giro e fluxo de caixa?

Enquanto o capital de giro é o dinheiro que a empresa precisa ter em mãos para manter suas operações diárias funcionando, o fluxo de caixa é o registro de todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa ao longo do tempo.

Vamos detalhar isso um pouco mais? 

O capital de giro é como a reserva mínima de dinheiro que você precisa para garantir que tudo continue rodando sem interrupções. Isso inclui despesas com fornecedores, salários, contas e mais. 

Já o fluxo de caixa é uma espécie de "extrato bancário" da empresa. Ele mostra todo o dinheiro que entra (como receitas de vendas) e todo o dinheiro que sai (como despesas e investimentos). 

Então, resumindo, enquanto o capital de giro é o dinheiro necessário para manter a operação diária da empresa, o fluxo de caixa é a movimentação real de dinheiro dentro e fora da empresa. 

Os dois são fundamentais para a saúde financeira do negócio, mas cada um tem um papel específico! 

Quais são os tipos de capital de giro?

Depois de entender o que é capital de giro e qual a sua importância, podemos avançar um pouco mais neste conteúdo e falar sobre os tipos existentes. São eles:

1. Capital de giro líquido

O capital de giro líquido representa os bens e recursos de uma empresa que podem ser convertidos em dinheiro a  curto prazo, como produtos em estoque, valores em caixa, etc.  É como ter dinheiro extra no bolso depois de pagar todas as contas imediatas.

2. Capital de giro negativo

Quando esse indicador é negativo, significa que os débitos existentes superam os recursos disponíveis. Nesse contexto, a loja pode enfrentar desafios para pagar suas contas imediatas e pode precisar buscar financiamento externo. 

Em termos práticos, o capital de giro negativo é um sinal de alerta para a gestão financeira da empresa. 

3. Capital de giro próprio

Ao contrário do anterior, o capital de giro próprio diz respeito aos recursos que um negócio possui sem depender de empréstimos ou financiamentos.

Possuir esse tipo é uma grande vantagem, pois mostra que a empresa pode financiar suas operações com seus próprios recursos, o que dá mais autonomia financeira para seu dono.

4. Capital de giro associado a investimentos

Capital de giro associado a investimos abrange os recursos necessários para suportar novos investimentos ou expansões do negócio.

Por exemplo, se o empreendedor planeja expandir sua loja, será preciso garantir que ela tenha capital de giro suficiente para lidar com os custos adicionais do aumento das operações. É aí que entra esse tipo associado a investimentos.

🔢 Leia também: O que é CMV e como calcular? Veja importância e fórmula

9 dicas para manter um bom capital de giro 

Como vimos, o capital de giro é capaz de preservar e promover grandes mudanças em uma empresa. Para que você tire o máximo proveito desse recurso, é preciso ter alguns truques na manga, como um bom planejamento e certo equilíbrio nas contas, por exemplo. 

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Abaixo, vamos listar 8 dicas para você manter um capital de giro saudável no seu negócio. Veja!

1. Planeje-se

Um bom planejamento faz toda a diferença para a saúde financeira de uma empresa e isso engloba também o capital de giro. Ao se planejar da maneira correta, você consegue prever receitas e despesas, o que te dará margem para antecipar as necessidades financeiras e evitar surpresas desagradáveis.

Quem empreende sabe o quanto eventuais imprevistos podem afetar o dia a dia de um negócio… O mercado pode ter alguma oscilação, um concorrente forte pode surgir, dentre outras questões. Por isso, o planejamento financeiro é determinante para manter sua empresa funcionando. 

É isso que vai permitir que o seu negócio se prepare para períodos de alta demanda ou de baixas, mantendo uma estabilidade financeira. 

2. Equilibre suas contas

O planejamento é bom, mas sozinho não funciona. Por isso, tenha em mente a necessidade de equilibrar as contas da sua empresa. Mas o que isso significa na prática?

Basicamente, manter um controle entre o dinheiro que a empresa ganha (receitas) e o dinheiro que gasta (despesas). É como garantir que o dinheiro que entra seja suficiente para cobrir todas as despesas. 

Esse tipo de iniciativa, inclusive, vai te ajudar a evitar dívidas excessivas e garantir que a empresa tenha recursos suficientes a curto, médio e longo prazo.

💰 Leia também: Lucro real: o que é e como funciona esse tipo de regime tributário 

3. Mantenha um controle financeiro detalhado

Para ter um capital de giro saudável, não há muito como fugir: você deve acompanhar minuciosamente todas as movimentações financeiras da empresa. Isso envolve registrar todas as receitas e despesas, categorizando cada transação, dentre outros pontos.

Vale ressaltar que esse nível de detalhamento proporciona uma visão clara dos padrões financeiros, o que vai ser útil na hora de tomar decisões de maneira informada. Ou seja, não baseadas em estimativas vagas ou achismos. 

Além disso, manter um controle detalhado, pode facilitar a identificação de áreas que estão sendo eficientes, além de otimizar o uso dos recursos e cortar gastos desnecessários. Falando nisso…

4. Corte gastos desnecessários

Já parou para pensar se a sua loja está com gastos que não são totalmente necessários ou não fazem a diferença para seu funcionamento? É preciso considerar isso.

Na prática, isso envolve uma análise crítica de cada despesa ou gasto, questionando se eles contribuem diretamente para os objetivos e eficiência do seu negócio. Para isso, você pode usar uma planilha de fluxo de caixa ou softwares específicos. 

Acredite, já no primeiro mês você poderá notar uma melhora na sua margem de lucro e no seu capital de giro.

5. Evite inadimplência

Sim, é comum que aconteçam alguns atrasos em pagamentos. Mas – por mais óbvio que seja – é importante saber que isso pode afetar negativamente o seu capital de giro e a saúde financeira da sua empresa como um todo.  

A melhor maneira de evitar tal situação é ficar atento ao que seus clientes devem e usar estratégias eficientes para cobrar, se for necessário. Se precisar de uma ajuda nisso, temos um artigo que vai te ajudar: Mensagem de cobrança para clientes: 25 modelos para sua empresa.

Falamos isso porque os juros e multas que vêm com a inadimplência podem complicar as finanças e até prejudicar a reputação da sua empresa. Manter as contas em dia é essencial para o bom funcionamento do negócio.

6. Procure investidores ou opte por linhas de crédito

Para consolidar os negócios e obter um bom capital de giro a longo prazo, a empresa precisa de um reforço financeiro. Duas maneiras comuns de conseguir isso são procurar investidores ou recorrer a linhas de crédito.

Os investidores são pessoas ou empresas que estão dispostas a colocar dinheiro no seu negócio em troca de alguma participação. Isso pode significar vender uma parte da empresa ou compartilhar os lucros.

Já as linhas de crédito são como um dinheiro extra que fica disponível quando você precisa. É como um empréstimo, mas você só paga pelo que realmente usar.

Essas opções podem ser úteis para dar um "empurrãozinho" nas finanças do negócio. No entanto, é fundamental entender bem os detalhes e como isso impactará a operação a longo prazo antes de decidir.

7. Acompanhe dados e relatórios em tempo real

Outra dica importante é estar constantemente de olho nas informações mais recentes sobre suas finanças e operações.

Usando ferramentas como softwares de gestão ou aplicativos, você pode obter atualizações instantâneas sobre vendas, despesas e outros aspectos importantes do seu negócio. No geral, isso permite que você tome decisões rápidas e informadas, identificando qualquer problema antes que ele se torne algo maior.

Essa prática é como ter um GPS para o seu negócio, já que fornece orientações em tempo real para ajudar a manter tudo nos trilhos. 

8. Considere um empréstimo

Se a sua empresa está com dívidas e o caixa está vazio, um empréstimo pode ser uma opção viável. 

⚠️ Mas atenção! Planejamento é fundamental aqui. 

Não adianta buscar um empréstimo se a sua empresa não tem perspectiva de gerar receita suficiente para pagar essa dívida no futuro. 

Use essa alternativa para solucionar problemas imediatos, mas tenha um plano sólido de como irá quitar o empréstimo. Caso contrário, você pode acabar em uma situação financeira ainda pior. 

9. Saiba negociar

Saber negociar com fornecedores e clientes é vital para manter seu capital de giro saudável. 

Se você tem dinheiro em caixa, peça descontos para pagar à vista aos fornecedores. Se o caixa estiver apertado, negocie prazos maiores de pagamento.

Com seus clientes, o ideal é receber o mais rápido possível. Ofereça descontos ou vantagens para quem pagar à vista. Isso ajuda a manter o fluxo de caixa em ordem e evita problemas com inadimplência.

Lembre-se, negociar bem é como um jogo – você precisa pensar nos próximos passos e no impacto dessas decisões no seu negócio. 

Quer aprender mais sobre capital de giro?

Chegamos ao final deste artigo e podemos apostar que, agora, você já sabe muito mais sobre capital de giro do que quando começamos. No entanto, sua jornada está apenas começando… 

O capital de giro é apenas uma parte da área financeira de um Ecommerce

O gerenciamento da saúde financeira da sua empresa depende de muitos outros fatores, como preço de venda, pró-labore, margem de lucro e mais. 

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Perguntas Frequentes

O que é o capital de giro?

Capital de giro é o dinheiro disponível para uma empresa tocar suas atividades no dia a dia. Ou seja, é o que mantém ela em pleno funcionamento, permitindo o pagamento de contas, salários e a aquisição de materiais ou estoque necessário para a operação.

Como manter um capital de giro saudável?

1. Planeje-se; Equilibre suas contas; 3. Mantenha um controle financeiro detalhado; 4. Corte gastos desnecessários; 5. Evite inadimplência; 6. Procure investidores ou opte por linhas de crédito; 7. Acompanhe dados e relatórios em tempo real.