A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) está prevista para entrar em vigor em agosto de 2020. Como ela interfere diretamente na coleta de dados pessoais na internet, o Ecommerce será um dos setores mais afetados. Neste artigo, vou te mostrar como isso vai acontecer e o que você deve fazer ao adaptar para não sofrer penalizações.

Entenda a Lei de Proteção de Dados

Já dá para ter uma ideia do que se trata essa nova lei pelo nome. A LGPD é uma legislação que determina como dados pessoais de cidadãos podem ser coletados e tratados, em especial nos ambientes digitais. 

Entenda a lei de proteção de dados

A lei foi aprovada com o objetivo é dar às pessoas maior controle e segurança em relação a coleta e uso de seus dados, como já vem acontecendo ao redor do mundo.

Inclusive, ela foi baseada em uma lei europeia, a General Data Protection Regulation (GDPR), que já obrigou várias empresas brasileiras a mudarem suas políticas para que pudessem atuar por lá.

Isso significa que empresas que estão presentes na internet terão que adotar as novas regras. 

Ou seja: seu Ecommerce será afetado.

Como isso vai acontecer?

Quando entrar em vigor, a LGPD determinará que a utilização de dados pessoais por parte de empresas não poderá ser feita de maneira indiscriminada. Assim, o cliente vai ter que ser informado sobre quais dados serão recolhidos e o porquê disso.

Caso qualquer pessoa física ou jurídica queira coletar, transmitir ou processar dados pessoais, deverá ter uma justificativa para isso, além do consentimento da pessoa envolvida.

O que acontece hoje é que as empresas têm acesso aos históricos de navegação, dados e hábitos dos usuários na internet, mesmo que eles não tenham consciência. Isso é feito para otimizar os anúncios online, de forma que apareçam para o usuário produtos e serviços que condizem com seu comportamento. 

Embora a estratégia seja ótima para maximizar a conversão, também é um pouco invasiva. 

A partir do momento que a nova lei entrar em vigor, essa prática será considerada ilegal, com penalizações que podem chegar a até 5 milhões de reais.

E essa lei também abrange os dados que foram colhidos anteriormente... 

Portanto, se o cliente não aceitar ter seus dados coletados, transmitidos ou processados, então a empresa terá que eliminar todas as informações que podem ter sido coletadas antes.

Principais pontos da LGPD:

  • Dados pessoais: informações genéricas, como nome, idade e localização geográfica.
  • Dados sensíveis: informações mais subjetivas, como ideologias partidárias, religião, dados genéticos, orientação sexual e preferências.
  • Dados anonimizados: são os que abrangem dados de um titular que não pode ser identificado.
  • Tratamento: qualquer tipo de operação realizada com os dados dos usuários.

A lei também fala de regras, responsabilidades e boas práticas no uso das informações.

Embora a aprovação da lei tenha surpreendido algumas pessoas, este movimento de proteção de dados tem ganhado força há alguns anos. O caso da Cambridge Analytica com os dados dos usuários do Facebook aumentou ainda mais discussão sobre o assunto no ano passado.

Na Europa, esta já é uma realidade. Com a nova lei, o Brasil ingressará no grupo dos países que possuem uma legislação específica para proteção de dados e da privacidade dos seus cidadãos.

Como a Lei de Proteção de Dados afeta seu Ecommerce

A coleta de dados revolucionou o marketing e vendas do Ecommerce graças à sua capacidade de analisar detalhadamente cada cliente.

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Já percebeu que quando você vai efetuar uma compra ou fazer um cadastro em um site, te pedem uma série de informações pessoais? E aí, no final, vem uma marcação que diz: “aceito ter meus dados pessoais coletados para uso da empresa”.

Eles fazem isso por uma série de motivos, como capturar você como lead com o objetivo de te manter engajado com o site. Coletando seus dados, conseguem segmentar anúncios, promoções e conteúdos para que apareçam na sua tela mesmo quando não está navegando dentro do site.

A Lei de Proteção de Dados vai impactar diretamente nesses sistemas e processos. Sem a capacidade de coletar dados de maneira livre, será difícil aumentar a efetividade dos negócios.

Agora, todos os Ecommerces vão ter que ser explícitos ao dizer para as pessoas que seus dados estão sendo armazenados. E com isso quero dizer: elas deverão ser informadas se os dados vão ser usado para geração de contatos, newsletters, base estatística... 

Outro ponto que chama atenção é com relação ao rastreamento de cookies e análise comportamental, prática comum ao Comércio Eletrônico. Embora não sejam ações proibidas pela LGPD, devem ser feitas de maneira transparente.

Além disso, a quantidade de informações pessoais que poderão ser coletadas ao efetuar uma venda também estão diretamente ligadas ao Ecommerce. A Lei de Proteção de Dados exige que, para solicitá-las, você justifique sua necessidade de forma plausível.

Por exemplo: uma loja não poderá pedir o endereço do cliente para compra de um produto que será fornecido digitalmente, como um ebook.

Como adaptar seu Ecommerce à Lei de Proteção de Dados

A LGPD vai interferir diretamente na maneira que os Ecommerces se comunicam com seus consumidores.

Caso seu negócio não atenda às novas regras definidas pela legislação até agosto de 2020,  pode sofrer consequências sérias, como multas altíssimas e até a proibição de atuação em determinado mercado.

Para que isso não aconteça, será necessário examinar de que forma os dados atuais têm sido tratados, nos seguintes aspectos:

  • Políticas de segurança e contratos terão que ser revisados para que sejam adequados às novas regras da legislação.
  • Na hora de finalizar o pedido ou o cadastro do usuário no site, será necessário criar uma pop-up de consentimento. Para fazer isso, um termo dizendo que as informações serão coletadas e processadas para questões de faturamento pode funcionar. Ao efetuar a compra ou o cadastro, o cliente deverá informar que está ciente de tal termo.
  • Toda vez que se comunicar com um consumidor, deve lembrá-lo de que ele está recebendo aquela mensagem por já ter autorizado tal ação. Além disso, vai ter que disponibilizar uma opção para o usuário excluir os dados do site, se desejar.
  • Já os Ecommerces que compartilham informações do consumidor com parceiros devem entender se estão alinhados com a legislação. Se um deles estiver agindo fora da lei, sua loja pode ser afetada.

Por fim, é importante ter atenção às alterações que a lei pode sofrer. Afinal, decretos e regulamentos mais específicos podem surgir, abordando pontos mais detalhadamente.

Prepare seu Ecommerce para o futuro

A LGPD é uma obrigação a todas as empresas.

Lei obrigatória

Coletar informações de usuários sempre foi uma ação comum entre os negócios, principalmente os que trabalham no meio digital, a fim de aumentar a captação de leads.

Contudo, com as mudanças legais, Ecommerces vão ser obrigados a transformar alguns processos. Não tem como fugir...  

Por isso, esteja atento às práticas de coleta de dados que o seu negócio faz hoje e o que deve ser modificado até a implementação da lei. Você não batalhou até aqui para ver tudo ir por água abaixo, né?

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